O pecado mortal

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Dói em mim a falta de féque vejo gravada no rosto de todose o amor ao próximo,que há muito tempo se perdeu.Quando quero sonhar arrancam-me as asase estroem os castelos que construí.Se sou sensível chamam-me dramáticae se quero ajudar soa como exibição,falta do que fazer,e pra que fazer?Sem mais o quês, querem me ver parar!Não vou mentir, já não há força em mim,e sinto como se uma ancora estivesse presa ao meu pescoço,fazendo-me andar olhando para baixo e cada passoser tão pesado, tão arrastado que não me deixa sorrir.Eu olho em volta e o que encontro são caricaturas,de pessoas que se vestem com uma capa de perfeiçãoentretanto, por dentro exalam podridão.São sujos, hipócritas, piores malfeitores em pele de ovelha,e eu para eles nada sou,e se sou passo a não ser,eles não permitem a luz acender.Então no silêncio eu fico no vácuo,e vou morrendo por dentro,vivendo e sofrendo Sem nada poder fazer.Eu quero me levantar e lutar ,e vencer!Quero que saiam do meu encalçoque desistam de olhar pra mimO que eu tenho? É ouro?Porque o foco ainda tem que ser em mim?O meu erro é o pior de todosporque me mata aos poucos.Nenhum sentimento chega a causar o vazio que essa lástima causa,nenhuma ferida, nenhuma palavra e nem mesmo a pálida solidão, consegue em todos os seus aspectos ser tão profunda como a angustia que causa esta falta de virtude .Meu pecado é mortal, é sonhar e deixar que o instinto do mal,me corte as asas e me lance ao chão, e eu nem erga os olhos para levantar.

A flor sensível da AntártidaOnde histórias criam vida. Descubra agora