Chapter 4

15.6K 1.5K 4.5K
                                    

Louis era o pior pai do mundo, ele sabia disso. Ele clicou no celular pela milionésima vez na última meia hora, tentando atrasar o tempo, mas era inútil. Seu chefe conversava alegremente no próprio telefone, ignorando-o por completo, enquanto ele ficava plantado em seu antigo escritório, em Londres.

Sem chances de conseguir chegar a Holmes Chapel a tempo de buscar sua filha na escola. Ele sabia que estava num déficit de tempo, mas o fizera algumas vezes nos últimos dois meses e sempre conseguia chegar lá na hora, mesmo que tivesse que acelerar um pouco e ir direto para a escola.

Mas ele não seria capaz de fazer isso hoje. Ele ainda tinha que passar por metade da papelada que trouxera para o chefe analisar e deveria ter ido embora, no mínimo, há dez minutos. Com um suspiro, sentindo-se o maior fracasso e pior pai a pisar na face da Terra, ligou para a mãe de Lucy, Kristen.

"Alô?" ela atendeu no segundo toque.

"Oi, Kristen? É o Louis, pai da Lilly."

"Oi Louis, como está?" Ela disse num tom agradável. Lucy e Lilly se tornaram melhores amigas e Louis levara a filha para a casa dela algumas vezes para que pudessem brincar. Kristen era uma mulher simpática, amigável e responsável, e Louis se afeiçoara bastante a ela. Seu marido era o típico viciado em trabalho, mas amava a família como louco e Louis o admirava de várias formas.

"Estou bem, e você?"

"Tudo ótimo," ela disse e esperou ele falar novamente.

"Hum, você buscará Lucy na escola hoje, certo?" Ele perguntou, hesitante.

Houve uma pausa. "Temo que não. John tem o dia de folga do trabalho e decidimos ir para Londres na agitação do momento, Lucy ama aqui. Por que pergunta?" Ela disse educadamente.

"Oh, não era nada," ele disse, fingindo um tom de voz leve. "Coisa boba, aproveitem o dia," ele disse e desligou.

Ele encarou seu telefone e abriu o aplicativo de mensagens. O nome de Harry estava no topo da lista de contatos, como estivera pelo último mês. Ele considerou por um momento, mordendo os lábios. Voltou o olhar ao chefe, o qual não parecia que iria encerrar a ligação tão cedo. Com um suspiro, ele discou o número de Harry e levou o telefone à orelha.

Harry atendeu no último toque, quando Louis estava prestes a desligar.

"Oi, Lou," ele disse, um pouco ofegante.

Louis sorriu com os lábios fechados. "Oi, Harry. Tudo bem?"

"Tudo bem, yeah. Acabei de entrar, esqueci o celular na cozinha. O que há?"

"Eu meio que preciso de um grande favor seu, está muito ocupado?"

"De forma alguma, o que é?"

Seu tom prestativo fez Louis sorrir ainda mais. "Estou preso em Londres, não acho que conseguirei voltar para casa pelas próximas horas," ele respirou fundo, fechando os olhos, "Poderia buscar Lilly na escola hoje? Não chegarei a tempo, liguei para a mãe de Lucy, mas ela também não pode, e só de pensar nela esperando por mim, sozinha, parte meu coração."

Louis conseguia ouvir o sorriso na voz de Harry quando ele o respondeu. "Não se preocupe, Lou. Estarei lá para buscá-la quando tocar o sinal."

"Muito obrigado, Harry. Só a coloque na frente da TV com algum salgadinho e volte a trabalhar, sei que é uma inconveniência terrível."

"Não diga besteiras, não é problema nenhum. Uma boa desculpa para dar uma pausa, se quer saber. Minhas costas estão me matando."

Louis fechou os olhos e tentou não pensar nas costas de Harry e em como ele queria desatar todos os nós de tensão nelas com seus dedos.

For You I Saved the Love (I Never Knew How to Give) - portuguese versionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora