Confissão

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Confesso. Sim, confesso que sou culpado por todos os crimes a mim atribuídos, mas que meu espírito orgulhoso se nega a arrepender-se. Matei, traí, corrompi, torturei e pratiquei todos os atos de tirania. Dos tais pecados capitais? Só não cometi a preguiça.

Até mesmo à gula eu me submeti, pois tinha sede.

Sede de sangue.

Lembro muito bem do meu primeiro desejo de saciar essa sede. Talvez tenha sido o meu primeiro pecado, ou segundo, se levar em conta que a ira que me fez desejar veio antes.

Confesso, e tendo o meu último desejo de terpapel e tinta atendido, eu trato de recordar tudo o que fiz, no meio da quasecompleta escuridão deste calabouço.    

Confissões de um Rei - ExílioWhere stories live. Discover now