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07:30h- pode-se dizer que hoje madruguei, pois são 07:30h e já estou no hospital. Vinha saber novidades do Afonso.
Enquanto me dirigia em direção ao quarto do Afonso, encontrei um médico, que me confirmou que Afonso teria alta por volta da hora do almoço. Achei que ainda era cedo, e talvez Afonso ainda estivesse a dormir, mas o médico, pediu-me que fosse ao quarto repor-lhe a medicação e o soro.

No quarto do Afonso: Entrei silenciosamente, tentando ser o mais rápida possível para não o acordar, afinal só tinha de colocar uma espécie de bisnaga que continha medicação e soro, e que lhe correria até as veias. Assim que o fiz, virei costas e dirigi-me para a saída.

Afonso: André, és tu?

Eu: Ahm não. Desculpa Afonso, não te queria acordar. Sou a Bianca. Só vim colocar-te a medicação. -sorri

Afonso: Ah não faz mal, bem me pareceu que era cedo para o meu irmão estar aqui.

Eu: Pois, ainda são 07:45h, talvez ele venha ás 09h. Mas talvez agora seja melhor eu deixar-te descansar. O médico disse-me que terás alta hoje.
Afonso: Já não tenho mais sono, podes ficar, afinal ainda não te agradeci por tudo o que fizeste por mim.
Eu: Nem precisas. É o meu trabalho!-sorrio atenciosamente.

Afonso: Posso perguntar-te uma coisa?

Eu: Bem, se eu souber responder sim.
Afonso: De onde é o que meu irmão te conhece, e como sabes falar português?

Eu: Bem isso já são duas coisas-rio

Afonso: Desculpa, se quiseres não tens de responder.

Eu: Não, não tem mal nenhum. É assim, eu não conheço o teu irmão. Ele é que me passou à frente na fila do bar, no último jogo do Milan, e pelos vistos fixou a minha cara, porque ontem quando falávamos sobre ti, ele disse que se lembrava de me ter visto em algum lado,recentemente. Bem, foi no jogo do Milan. Mas eu e o teu irmão nunca falamos, só quando vocês tiveram o acidente. E.... respondendo à tua segunda pergunta, antes de vir trabalhar para Itália, eu vivia no Porto.

Afonso: Owoo. Que grande coincidência.-diz um pouco espantando.- Mas eu nunca te vi no Porto-sorriu.

Eu: É normal, o Porto é uma cidade grande.-rio
Afonso: Pois é. Acho que o André não estava à espera de encontrar ninguém do Porto aqui em Itália. -riu também.

Eu: Aqui também nunca conheci ninguém do Porto, mas já conheci outros Portugueses, de outros pontos do país.
Afonso: Os meus pais sempre me disseram que o Mundo é pequeno, apesar de não parecer-piscou-me o olho.

Eu: ri-me com a sua expressão.- É mesmo. Bem eu entro agora ao serviço, e só saio ás 14h. Provavelmente quando sair já tiveste alta. Por isso se não nos virmos mais, espero que fiques bem e diz ao teu irmão para conduzir com cuidado, porque Milão é ainda pior que o Porto, as pessoas são muito stressadas. -dirigi-me a Afonso para lhe dar um abraço e me despedir.

Afonso: Ok, eu digo-lhe. Mas, eu acho que ainda nos vamos ver muitas vezes-sorriu o rapaz.

Eu: Só espero que não seja aqui no Hospital- sorri.
Afonso: Não será com certeza!-sorriu-me.

Saí do quarto e dirigi-me para o exterior, onde ia ter com Matteo a uma ambulância. Aquelas últimas palavras de Afonso, não me saiam da cabeça. O que é que ele queria dizer com aquilo?

Lost in your light || André SilvaWhere stories live. Discover now