Capítulo 2

881 129 276
                                    

A escola de Tyler não era longe de sua casa, o que claramente mostrava o quão desnecessário era gastar gasolina para leva-lo até lá.

- Boa aula. - Escutou a voz de Zack, assim que o mesmo estacionou o carro em uma calçada há uns 100 metros da escola.

- Não vai ser, mas obrigado mesmo assim pelo pensamento positivo. - Deu um sorriso sarcástico e desceu do carro, caminhando até a escola.

Usava um moletom preto e calça jeans com um tênis. A mesma roupa de sempre, a verdade era que o guarda-roupa de Tyler não era muito variado.

Encarou a entrada da escola, era um prédio antigo, porém na sua reforma ele ficou mais parecido com o que podemos dizer "prédio futurístico". Tyler realmente gostava da aparência da escola.

Caminhava cabisbaixo até o corredor dos armários, parando algumas vezes por conta da dor em sua cabeça. Era uma coisa insuportável, mas pelo menos quando ela doía, as vozes paravam, porém, as vezes Tyler achava que a morte era melhor que a enxaqueca dentro de sua cabeça.

Chegou em sua sala. A primeira aula seria química, Tyler odiava química, na verdade, era difícil encontrar alguma coisa que Tyler não odiava.

Sentou-se no mesmo lugar de sempre, lá no fundo da sala. Ele gostava de sentar lá porque os professores nunca o viam e a maioria dos alunos não percebiam a sua presença, mas, então, Tyler viu alguém se sentando na carteira ao lado dele e se assustou, ninguém nunca se sentava ali.

- Olá. - Tyler ouviu a voz do menino.

Virou-se para encara-lo, vendo um cabelo rosa-choque e um sorriso encantador. Seu coração começou a bater forte, e Tyler perdeu a respiração.

Não respondeu o menino e virou para frente de novo. Se sentiu mal por fazer isso, mas havia tanto tempo que ninguém falava com ele na escola que havia perdido a vontade de conversar com outras pessoas também.

Mais tarde, Tyler descobriu que o nome do garoto era Joshua William Dun e que ele havia sido transferido de outra escola. O Joseph escutou algumas pessoas cochichando sobre o cabelo de Joshua e desejou que aqueles babacas morressem. Havia achado tão lindo o cabelo do menino que sentia que se tocasse, teria a mesma textura que um algodão doce.

Na hora do intervalo, Tyler segurava firme a sua bandeja e procurava alguma mesa vazia para se sentar, ainda cabisbaixo, e enquanto passava pelas outras mesas, ouvia murmurios e peadinhas sobre ele. Quando percebeu, a bandeja estava molhada por gotas de lágrimas que escorriam sem parar de seus olhos, mas por sorte ele já estava sentado e ninguém viu suas lágrimas. As secou rapidamente e começou a comer (ou ao menos tentar) de um tempo para cá, o apetite de Tyler havia se perdido completamente, mas ele sabia que precisava comer, então sempre tentava se esforçar. 

- Olá. - Ele ouviu a mesma voz que havia falado com ele de manhã, e quando levantou o olhar, viu que era o garoto do cabelo-de-algodão-doce. - Por que estava chorando? - Seu tom soava preocupado, mas Tyler sabia que ele não estava verdadeiramente preocupado.

- Você... não deveria estar falando comigo - repondeu, ignorando completamente a pergunta de Joshua.

- E por que não? - Joshua levantou as sobrancelhas, dando uma mordida em seu sanduíche. 

- Porque falar comigo é suícidio social. - Bufou, claramente irritado com o menino a sua frente.

- Você parece irritado... por que está irritado? E por que estava chorando? 

- Você é irritante, mais irritante que eu. - Revirou os olhos, sentindo mais raiva ainda quando Joshua riu. 

- Meu nome é Joshua Dun, mas você pode me chamar de Josh, Tyler.

O Joseph arregalou os olhos quando ouviu o garoto chamando-o pelo nome.

- Como você sabe o meu nome? - Demorou um pouco para tomar coragem e perguntar. 

- Eu presto atenção na chamada. - Josh respondeu, levando a mão até o rosto de Tyler e limpando seu olho, onde havia alguns resquícios de lágrimas derramadas. - Você não deveria estar chorando.

Tyler suspirou tristemente, levando sua mão até sua cabeça que continuava latejando sem parar.

- E você não deveria estar sentado aqui. - Tirou as mãos de Josh de seu rosto 

- Não me importo com o que os outros vão falar, se vão ou não me chamar de louco ou se vão ou não falar comigo. - Deu mais uma mordida no lanche - Eu posso ser amigo de quem eu quiser. 

- Você não quer ser meu amigo... você... não pode ser meu amigo - Escutaram o sinal bater e Tyler se levantou com pressa, indo até o banheiro. 

Ele não conseguia respirar.

migraine ; joshlerUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum