Tyler estava deitado em sua cama, com os olhos fechados. Era sexta-feira e ele dava graças a Deus por isso, porque as sextas sempre eram melhores que os domingos.
Imagens novamente se passavam pela cabeça dele. Tyler estava lá no penhasco, com a sombra preta, de novo. Estava a centímetros de cair de lá de cima.
E caiu.
Abriu seus olhos assustado com o que acabara de acontecer em seus pensamentos. Tyler não sabia se eram lembranças, sonhos ou só mais uma de suas alucinações estúpidas.
Saiu de seus devaneios quando a porta de seu quarto se abriu. Ele pedia a Deus para que não fosse a sua mãe, mas de nada adiantou. Era ela.
- Tyler. - falou rigidamente, se aproximando do filho e sentando-se ao seu lado na cama.
O menino virou para o outro lado, evitando o contato com a mãe.
- Você não pode simplesmente parar de falar comigo, e também não pode fugir de casa toda vez que aquele seu amigo vier aqui. - Tyler sentia o tom venenoso na voz da mãe - Quero que pare de andar com o filho dos Dun. Você é uma péssima influência para ele.
Uma péssima influência?! Tyler pensou rindo internamente.
- Por que eu seria uma péssima influência? - perguntou, finalmente olhando para a mulher.
- Pelos seus problemas, filho. Você tem problemas e enquanto não melhorar eu não acho uma boa ideia você continuar saindo com aquele garoto.
Tyler estava indignado. Como ela poderia falar desse jeito do seu próprio filho?
- Mãe, você é inacreditável. Papai sabe que você fala essas coisas para mim? - perguntou se levantando da cama - Porque pelo menos ele se preocupa comigo de verdade.
- Eu me preocupo com você! - Kelly exclamou, um pouco alto demais.
O menino pegou uma jaqueta no seu guarda-roupa, se controlando ao máximo para não gritar com a mulher. Encarou-a novamente, seus olhos estavam cheios de raiva e ele não entendia o motivo.
Foi até a porta do seu quarto, abrindo-a e saindo, deixando Kelly lá dentro, sozinha.
Por sorte, só estavam os dois dentro da casa, então Tyler não teve problemas com seu pai.
Escutou alguns gritos da mãe lá dentro ainda, porém, continuou firme, caminhando.
Estava frio. O inverno havia acabado de começar e tudo que se lembrava era que seu aniversário estava próximo. Não que isso importasse, já que ninguém nunca se lembrava do dia primeiro de dezembro.
Caminhava desengonçadamente pela calçada, seus tênis estavam sujos por contas das poças de água que se encontravam ali e aqui.
Tyler procurava pela casa de Josh. Já havia ido lá uma vez, porém, era óbvio que não se lembrava do caminho, já que estava dormindo quando Josh o levou. Mas, como o amigo era filho do prefeito, obviamente não seria difícil encontrar a casa.
Caminhou por algum tempo, indo para o leste da cidade, onde as pessoas mais ricas moravam, ele se lembrava de que lá era onde Josh morava.
Depois de algum tempo caminhando, avistou uma grande casa, era praticamente uma mansão, então, decidiu tocar a campainha.
Olhou em volta, esperando alguém abrir a porta, o céu já estava escuro, haviam várias estrelas e a lua estava cheia, com certeza era um noite bonita, Tyler pensou.
Saiu de seus devaneios quando ouviu alguém mexer na porta. Deu um pequeno sorriso quando coneguiu ver um cabelo rosa.
- Tyler? - Josh perguntou, sorrindo ao ver o outro - O que está fazendo aqui?
O garoto observou Josh. Ele estava com os cabelos bagunçados, um moletom e um suéter de lã. Tyler imaginou que ele estivesse dormindo, e só então se deu conta que provavelmente estava atrapalhando.
- Eu... - engoliu em seco, tentando encontrar as palavras - Me desculpe, vou embora. - respondeu finalmente, se afastando.
Joshua segurou o braço do outro com força, o trazendo para perto novamente. Fechou a porta, quando ambos já estavam dentro da casa.
- O que aconteceu? - perguntou, levando Tyler para o sofá, onde sentaram-se juntos, talvez próximos até de mais.
- Não é nada importante. - deu de ombros - Só mais uma briga com a minha mãe. Ela disse que eu não deveria mais andar com você.
A expressão de Josh, até então calma e paciente, se tornou uma expressão de raiva.
- Você vai parar? - se aproximou ainda mais do outro, pegando em suas mãos - De andar comigo?
Tyler encarou Josh, com surpresa, abaixou um pouco o olhar por conta da enxaqueca.
- N-não... - pronunciou por fim - Eu achava que não...
A expressão de Joshua então, suavizou e ele sorriu, selando seus lábios com os de Tyler, que levou suas mãos até a nuca do outro, aprofundando mais o beijo, que diferente dos outros foi quente e com muito mais desejo.
Tyler abaixou as mãos, indo até o suéter do outro, o levantando e quando se deu conta, já estava sem sua jaqueta e camisa também.
