Capítulo 10

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Na quarta-feira às 17:55 eu chegava ao apartamento de Ariana com pacotes de salgadinho, chocolates e alguns achocolatados prontinhos. Era hoje que Luna e eu tomávamos um porre vendo o jogo do glorioso América. Fui recepcionada por uma Luna já uniformizada e ansiosa.

- Ei, baixinha, pronta pro show?

- Ei, vocês, já vai começar. Olha a escalação. - Sam chama do sofá. - Zé Fábio tá ficando doido de escalar esse pereba na lateral, cara, só pode ser.

- Se Deus quiser ele troca pelo Cicinho no segundo tempo. - Sam me olhou intrigada e depois pegou as sacolas da minha mão. - Senta aí, vai. Quer começar a se embriagar agora ou?

- Aceito um. Quer um, Luna? - A baixinha assente. - Dois, Samantha, por favor.

- É Sam, cara. Tu é torcedora do América, bicho.

- Desde criancinha.

Sam trouxe os achocolatados e o jogo rolou. Logo nos primeiros minutos o time adversário fez pressão e o nosso goleiro teve de espalmar duas bolas e defender três. Se eu estivesse em casa e longe das vistas da minha mãe eu já estaria xingando os quatro ventos, mas tinha uma criança no recinto.

- Porr.... - Sam se policiou na última hora.

- Vamos puxar uma música pra ajudar? - Sugeri.

- Bora... dizem por aí que a ATOA é um galerão! Pula, sai do chão, América é um timão! - Sam puxou e eu logo a acompanhei. Luna me puxou pela camisa e me perguntou o que era ATOA e eu logo a esclareci que se tratava da Associação da Torcida Oficial do América, da qual eu fazia parte. Sam me olhou espantada e disse que também participava. Apertamos as mãos e logo voltamos a cantar, dessa vez acompanhadas por Luna.

- Dizem por aí que a ATOA é um galerão! Pula, sai do chão, América é um timão!

E depois da segunda rodada de salgadinhos e achocolatados, o América meteu um gol. Eu peguei Luna no colo e a lancei para cima, pense na felicidade da criança. Depois ela foi comemorar no chão e eu e Sam nos abraçamos.

No intervalo atacamos os chocolates e entre uma mordida e outra o assunto surgiu.

- Pensei que você não gostasse de mim. - Disse em voz média.

- E eu não gostava mesmo. Desculpa. Mas você é bacana. É torcedora do América, bicho, e ainda é da ATOA. Como eu nunca te vi no estádio antes?

- Eu contribuo, mas não fico muito junto da organizada, papai não gosta muito.

- Entendo.

Fomos para o intervalo e a vantagem nos dava assunto. Luna pulava no meu colo animada enquanto eu discutia pendências táticas com Sam. O jogo recomeçou e nós voltamos a nos empolgar novamente. olhei pra Sam e ela assentiu.

- Tentar todo mundo tenta, mas é ruim de aturar. A ATOA é uma galerão, você tem que respeitar. - Eu tentava lembrar das músicas sem palavrões para podermos cantar na frente de Luna. A baixinha gostava tanto que logo aprendia e cantava com a gente. E nossa vibração deu certo. O América meteu mais um e depois outro, fechando assim os 3 a 0.

Depois que o jogo terminou ainda assisti a Luna e Sam jogando Just Dance e dançando alguma músicas e depois me despedi indo pra casa. Sam me apertou a mão e marcou comigo de assistirmos à final numa churrascaria ou algo assim. Fui pra casa e no dia seguinte tudo correu como o esperado até às 22:45h.

[...]

"Mila, você tá ocupada agora a noite? Sei que você acorda muito cedo amanhã, mas queria muito conversar." Dizia a mensagem que acendeu a tela do meu celular e me deixou em alerta. Sem pensar cliquei no ícone do microfone e segurei.

Under the MoonlightOnde histórias criam vida. Descubra agora