Capítulo 18 - Hidden thing

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(3/3) tá pago!

Boa leitura.

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Camila Pov

Dormi desconfortavelmente bem. Dormir ao lado da mulher que amo e que me faz tão feliz era pra ser uma dádiva, mas quando se esconde um segredo como o meu é um tormento. Pensei em recusar a dormida, mas minha mãe havia levado Luna para casa pra nos dar espaço. Não pegaria bem.

Sofia me perguntou se eu tinha camisinhas e foi ali que eu vi que o círculo estava se fechando à minha volta. Minha família encarava tudo naturalmente, claro, cresci com eles, nasci deles, sou tudo o que eles me fizeram. Natural. Ariana me conheceu recentemente e até quebrou uma barreira para se relacionar pela primeira vez com uma mulher. Mas eu não era uma mulher comum, só que disso ela ainda não sabia.

Meu relógio biológico não falhava e às 5:15 am, com muito custo levantei dando graças aos céus que ela não acordou nenhuma vez durante a noite, nem mesmo quando eu me arrisquei a usar seu banheiro de porta aberta para não fazer barulho. Dormir com a faixa de compressão foi uma missão quase impossível, por isso pela manhã fui ao banheiro social para massagear meu companheiro que estava bem amassado.

- Ê, amigão, te maltrato tanto. Desculpa. - Lamento baixinho antes de tomar um banho frio pra despertar de vez.

Seco o cabelo na varanda observando os prédios e fazendo uma avaliação da minha vida nesses últimos meses. Passei de uma reclusa nata a uma namorada de primeira linha, se você desconsiderar o quesito sexual, claro. Ariana e Luna mudaram a minha vida de um jeito incrível. Agradeço aos céus pelo dia lindo que vai surgindo e vou para a cozinha, mas não sem antes tocar uma pecinha no piano reformado. Vendo que minha namorada continua dormindo resolvo adiantar o café e levar para ela na cama.

Penso se seria uma boa ideia sair para comprar flores, mas tenho medo de que ela acorde e eu não esteja aqui. Arrumo o café caprichado na bandeja de madeira e ao abrir a porta do quarto me deparo com ela coçando os olhos. Tão fofa, nem parece que atenta meu juízo com suas investidas sensuais.

- Bom dia! - Digo ao apoiar a bandeja no colchão.

- Meu aniversário foi ontem. - Ela diz com uma voz tão rouca e grave que me faz estancar no lugar. Aquilo mexeu comigo de um jeito diferente. E eu podia jurar que senti uma fisgada nos países baixos.

- Mas eu ainda sou sua namorada e quero te trazer café na cama. - Tento dar um beijo nela, mas sou empurrada com certa violência.

- Nãaaaaao! Você sabe que eu ainda não escovei os dentes. Devo estar horrível também. - Corre pro banheiro.

- Ari, você é boba. Não está nada horrível. - Deito na cama e espero ela voltar.

Quando sai do banheiro ela trás os cabelos presos num coque alto, o rosto lavado e provavelmente os dentes escovados. Senta ao meu lado na cama e me dá um beijo para depois roçar nossos narizes e em seguida puxar a bandeja pro seu colo. Me ajeito para sentar atrás dela e vejo a tatuagem que ela já havia me mostrado anteriormente. Passo meus dedos de leve sobre o local e ela inclina a cabeça para me fitar.

- Gosta? Pode ser sincera.

- E por que eu não seria?

- Porque talvez você tenha dito que não gostava de tatuagens quando sua irmã começou a namorar a Danny.

- Sim, eu devo ter te passado uma impressão errada naquele dia. Eu estava com ciúme. Sofia sempre foi como meu chaveirinho. Acabei ofendendo Danny e pagando de preconceituosa julgando um livro pela capa. Eu gosto das suas, pelo menos das que vejo. Danny tem umas bonitas também, mas confesso que não faz muito o meu estilo.

Under the MoonlightDonde viven las historias. Descúbrelo ahora