Fallen Blue

55 7 10
                                    

Estava escuro novamente. Perguntou-se quando tinha apagado as luzes, mas logo deixou esse pensamento de lado quando começou a ouvir a água corrente. Como um rio. Por instinto abriu os olhos vendo o lugar diferente da última vez.

A grama agora era mais verde, o céu com seus tons azuis mortos e as árvores cinzas. Como sempre. Mas agora havia um rio.

Levantou-se e caminhou até a beira. Vendo seu reflexo e se assustando. Ele estava horrível. Olheiras e olhos vermelhos. Não se lembrava a última vez que dormiu direito.

Os céus estavam violentos demais. Havia chovido a semana inteira e Dean só conseguiu pensar se tinha feito o certo. Claro que não tinha. Sabia disso bem lá no fundo. Mas não ia voltar atrás agora. Queria ter percebido que Castiel era encrenca assim que olhou aqueles olhos azuis e brilhantes como as estrelas. Assim que se sentiu desnorteado pela beleza do moreno. Assim que o ouviu dizer que não o machucaria, como Dean fez com ele.

Sentia-se estúpido. E enquanto estudava gramática em seu quarto a algumas noites. Nada mais importou assim que a preocupação o atingiu. Assim que foi ouvido o primeiro trovão. Gostaria de saber se o moreno estava na casinha quando aconteceu. Preferiria que não estivesse, mas não tinha certeza.

Escuta uma respiração atrás de si e vira rapidamente dando de cara com o mesmo homem de sempre. Só que agora ele parecia com raiva. Seus olhos claros exalavam fúria, e Dean tinha certeza que era pra ele.

- Você é burro ou idiota? - Pergunta retoricamente - Esquece. Você é os dois.

Podia ter se sentido ofendido. Mas apenas o olhou assustado se sentando a beira do rio.

- Sério. O que você estava pensando quando dispensou aquele garoto? Tem retardo é?

- Não. E-Eu só...

- Não. Eu não quero saber - O interrompeu revirando os olhos, claramente perturbado com algo.

Dean percebe que os céus acima da sua cabeça haviam desbotado mais, se tornado quase cinzas, o que lhe deu um pouco de desespero. Não queria que aquele azul fosse embora. Não queria só ter a cor enjoativa do verde da grama. Porque somente um dos dois era cansativo. Precisava dos dois. Juntos. Para ter uma linda vista.

- Você sabe por que isso está acontecendo? - Pergunta com sua voz rouca ainda olhando pra cima.

Ouve uns murmúrios saindo da boca do maior e o olha curioso. Ele mexia com uns galhos na grama. Aquela cor toda lhe dava dor de cabeça.

- Você sabe? - Pergunta novamente e seus olhos se cruzam.

- Você sabe por que está chovendo tanto essa semana? - Mudou de assunto e Dean se sentia estúpido. Ele queria saber por que o azul estava desbotando. Queria o azul e volta, e não falar sobre como a cidade era fria.

O maior se aproxima de Dean que se assustou por uns segundos, mas depois deixou de lado. Olhando para a água cinza.

- Por quê? - Finalmente se deixa levar pela conversa do outro. Sabendo que se não respondesse não chegaria a lugar nenhum.

- Porque os carinhas lá em cima. Estão realmente muito bravos - Dean o olha confuso e o outro sorri mostrando seus dentes brancos - Eles estão muito bravos. O Nefilim de Deus com qualquer uma aí ta morrendo cara.

Agora mesmo que a cabeça do loiro fez uma confusão. Como assim Deus tinha um filho? Os anjos não eram seus filhos? Deus havia realmente um filho vindo dele próprio?

- Deixa eu te explicar melhor. Há um tempo, Deus estava sumido. Havia boatos que ele estava por aí, pegando quem bem quisesse. Homem, mulher, os dois juntos. Enfim. Ele estava em algum lugar. Só que houve uma coisa. Em um dia algo apitou lá encima. Deus havia engravidado uma mulher. O que tornou tudo mais difícil. Deus criou todos os anjos estéreis. Sendo assim. Nenhum podia engravidar ninguém. E quando descobriram que havia um Nefilim, de Deus ainda por cima, os céus foram à loucura.

Dean tentava digerir tudo aquilo, sabendo que alguma coisa estava muito errada.

- E vários tentaram matar a mulher que o carregava na barriga, porém Deus os impediu. E assim que a criança nasceu ele deixou a criança com quem ele acreditava ser de confiança. Mas os anjos têm observado essa criança desde sempre, corrompendo o que cuidava dele, para que ele o mate. Mas ninguém sabe ao certo quem é ela, ou ele - Terminou de contar e respirou fundo.

Dean não sabia o que falar. O que perguntar ou o que sentir. Precisava digerir toda aquela história de novo. Pensando se era verdade ou não.

- Você acredita em almas gêmeas? - Dean o olhou rapidamente ainda mais confuso - Não? Tudo bem.

E então Dean percebeu que era apenas uma distração para não falar o real motivo do céu não estar mais tão azul assim.

- Bom. Deus fez, com que, quando essa criança nascesse ela encontrasse sua "alma gêmea" – Fez aspas com as mãos revirando os olhos – E eu achava isso uma baboseira até te ver com meus próprios olhos.

E então Dean se assustou de vez. Como assim? Era ele o filho de Deus? Não, era tão parecido com seu pai. Não podia ser. Ou será ele a alma gêmea do Nefilim? E quem era esse afinal?

- Você é o que faltava naquele garoto. Mas você foi burro o suficiente pra desistir nele quando ele confiava em você. Sério Winchester. Deus podia ter de dado um pouco de juízo.

E então um barulho e ouvido, assustando os dois. Os céus estavam totalmente cinzas. Não havia nenhum sinal de azul. O que fez Dean surtar. Sua respiração começou a ficar mais lenta. Todo seu corpo parecia mole e sua cabeça girava com todas as coisas que havia ouvido.

- Tudo bem. Agora o negócio ficou sério – Escuta ele dizer, mas parecia tão distante – Você precisa entender que Deus privou os poderes do Nefilim até ele ter vinte, que seria quando Deus voltaria para lhe ensinar tudo – Era demais para ele.

Dean iria vomitar. Tinha certeza disso. Sentia tudo subindo pela sua garganta se juntando com um nó. Só percebeu que chorava quando passou as mãos pelo rosto.

- Você é o único que pode o ajudar Dean. E sabe por quê? Porque você é a porra da alma gêmea daquele maldito garoto de olhos azuis incrivelmente bonitos.

E tudo ficou preto. Tão escuro e silencioso. Mas logo foi cessado o silêncio com um soluço do loiro. Ele estava chorando. E foi nesse momento, quando ele abriu os olhos e viu o quarto escuro, que ele percebeu que estava acordado novamente. Que queria o azul vivo de novo. Que a partir daquele momento, cinza havia se tornando sua última cor favorita.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Oi coisinhas lindas do meu coração.

Eu estou tão feliz e satisfeita que as coisas estejam andando, indo para frente. Serio.

Só to fazxendo notas finais para vocês me dizerem o que acharam do cap.
Ficou bom? Ses gostaram?
Conseguiram entender um pouco mais sobre tudo?
Espero que sim...

Enfim. Bejus de luz

Stay alive
You're note alone and never give up.

xoxo

In The DarknessWhere stories live. Discover now