Sorveteria

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Sentamos em uma mesinha em frente à sorveteria, enquanto esperávamos algum sinal do Leo.

- Estou começando a me lembrar das coisas. - Percy falou. - O processo é lento, mas parece que está voltando aos poucos.

- Parece que Hera só queria misturar os gregos e os romanos, afinal. - Falei, lambendo meu sorvete de baunilha.

- É, mas eu sinto que ainda falta fatos tão importantes... fatos essenciais.

  Suspirei.
- Vamos esperar. Uma hora você lembra de tudo ou, no mínimo, encontramos Hera e a torturamos até devolver suas lembranças.

   Ele cutucou a colher da sua taça e depois levou à boca. Ele não parecia mais um estranho pra mim. Tudo saía naturalmente entre nós. Como se ele não tivesse sumido por meses, como se não estivéssemos indo pra uma batalha de vida ou morte. Ele parecia calmo, com seu cabelo balançando, devido ao vento e seus olhos verdes, concentrados no sorvete.

Após alguns segundos, ele percebeu que eu o observava.

- Que foi? Minha boca está suja? - Perguntou, já pegando um guardanapo e passando pelo rosto inteiro.

  Ri.
- Não. Só estou te admirando.

    Ele sorriu e colocou a colher no sorvete.

- Um Cabeça de Alga como eu? - Perguntou.

    Me aproximei de seu rosto.
- Isso mesmo. - Respondi, o beijando. Não era um beijo tão calmo assim. Era um beijo de saudade. Não tão exagerado, mas urgente o suficiente pra demonstrarmos que estávamos sentindo falta um do outro.

  Tudo ia bem até que fui esbarrada por alguém. Tive que soltar os lábios de Percy involuntariamente. Já toquei minha coxa, onde eu havia prendido minha adaga. Mas, quando olhei, percebi que era apenas uma garota de talvez uns 18 anos. Na verdade, era a garçonete da sorveteria.

- Desculpem. - Ela disse, totalmente cínica. - Eu estava distraída.

   Ela olhou o meu namorado dos pés à cabeça e saiu. Percebi com o que, ou melhor, com quem ela estava distraída.

- Ah, mas quem ela pensa que é...? - Perguntei, já indicando que ia levantar, mas fui interrompida por Percy.

- Ei, relaxa. Ela bateu em você. Foi sem querer. - Ele falou. Como o Percy podia ser tão lerdo?

- Ela tá louca por você, Cabeça de Alga. Vê se se toca. - Respondi, brava.

  Ele olhou para a tal garota, que agora estava limpando o balcão do caixa dentro da sorveteria. As portas e janelas eram transparentes, então podíamos ver tudo lá dentro. Quando ela percebeu que Percy estava olhando, sorriu pra ele.

  Tentei me soltar, mas Percy segurou meu braço mais forte.

- Ei... Agora você sabe como me senti com o Harry. - Ele falou, calmo.

  Bufei.
- Não é nada legal estar do outro lado da situação. - Falei.

- Pois é. Você me entende, agora?

   O olhei, enquanto ele me soltava e colocava outra colher de sorvete na boca.
- Sempre entendi, Percy. Por mais que doesse.

  Ele se aproximou de novo e deslizou a mão pelo meu rosto.
- Não suportaria perder você de novo. - Falou baixo. O puxei para outro beijo. Ele retribuiu imediatamente.

- Não me lembro de ter experimentado isso antes. - Sussurrou.

- O que? - Perguntei, num tom igualmente baixo e ainda de olhos fechados, sentindo seu hálito sabor chocolate.

- Sentir seus lábios gelados. É uma sensação incrível... Te beijar, tomando sorvete.

    Eu abri os olhos, sorrindo. Passei o indicador delicadamente pelo seu lábio inferior.
- Concordo. É maravilhoso sentir seus lábios com gosto de chocolate.

- Com licença. - A garçonete veio de novo. Revirei os olhos e encostei na cadeira, me segurando para não pegar minha adaga ali mesmo.

- O que foi? - Percy perguntou, educadamente, colocando a mão no meu joelho.

- Só vou deixar umas jujubas aqui, sabe... - Ela falou, colocando uma tigela colorida em frente ao Percy. - É para o senhor.

- Nós não pedimos mais nada. Até já paguei os sorvetes. - Percy respondeu.

- Relaxa, é por conta da casa. Nós fazemos isso na esperança de que gostem da nossa recepção. - Ela "explicou", mas não tirava os olhos do meu namorado. Não olhou pra mim, uma única vez.

- Hã, obrigado? - Ele falou.

   Revirei os olhos de novo.
- Obrigada, vamos usufruir bem das jujubas. - Eu disse, com o tom mais educado possível, já enchendo a mão e comendo algumas.

- Bom, na verdade, são destinadas a quem pagou, então... - Ela falou, com aquele tom cínico.

- A minha namorada pode pegar, sem problemas. - Percy interviu.

- Claro. - Ela respondeu, seca. - Bom... - ela se recompôs. - Precisando dos nossos serviços para qualquer ajuda ou algum evento é só chamar. - Falou, colocando um cartão na mesa.

  E se afastou, rebolando.
- Oh, moça! Você pode me arranjar dessas jujubas grátis também? - Perguntou um velhinho da mesa ao lado.

- Acabou! - Ela respondeu, ríspida.
  
    Percy pegou umas 3 e passou a tigelinha para o homem.
- Pode ficar, moço. A gente tá quase de saída.

   O velhinho agradeceu.

- Essa garota não se toca? - Perguntei, irritada.

- Pelo menos, conseguimos jujubas grátis. - Falou, colocando uma na minha boca. - Ignora, ela é muito atirada, isso sim.

Balancei a cabeça, concordando e pegando o cartão que ela deixara mesa. - Afinal, se precisarmos dos serviços da sorveteria, teremos que ligar pro telefone pessoal dela?

   Percy riu, balançando a cabeça e puxando minha mão para morder um pedaço da minha casquinha.

Após alguns segundos mastigando e engolindo, ele voltou a conversar:
- O que posso fazer se sou irresistível, minha filha? - Falou, fazendo uma cara mais cínica do que a da garota atirada.

   Ri e sujei seu nariz de sorvete.

- Ah, cara! - Ele riu, passando a mão no nariz, para limpar. - Olha, a garota tá vindo de novo.

   Olhei pro lado e ele sujou minha bochecha.

- Ah, mas que idiota! - Falei, sorrindo.

   Ia revidar, mas fomos interrompidos por uma grande, tremenda e assustadora explosão. Fogo e fumaça subiram velozmente. Vou dar 3 dicas para você me responder de onde saiam chamas desesperadamente:

a) Da sorveteria, à nossa frente. (Seria até legal. Menos uma piriguete no mundo).
b) Da tigela de jujubas que o velhinho degustava com alegria.
c) Do Atacadão de Peças Automobilisticas de Alta Qualidade do tio Tom.

Se você pensou "letra b", você, com certeza, é um doente mental e precisa urgentemente de um médico.

Após ver aquele tremendo incêndio só consegui pensar em "O que diabos Leo Valdez está aprontando?"

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Ooooiiiiiieee, meus leitores perfeitos!!!

Não deu pra escrever os 3 capítulos, mas deu pra escrever pelo menos um kkkkkkk

E hoje é meu aniversário! Parabéns para mim, 20 aninhos! 🎊🎊🎁🍻🎂

Assim que puder estarei postando mais.

Leiam a melhor história original já criada do wattpad: "No Compasso do Seu Coração", da izas_silva !! SÓ L-E-I-A-M.

Bjs, amo vcs ❤️❤️❤️

Mary Santos

Me Apaixonando Outra VezDonde viven las historias. Descúbrelo ahora