little bear ≠ joshler

🐻 segundo 🐻

Havia um ano em que Josh tinha me dado a Tyler. Havia um ano em que os dois namoravam. E eu posso dizer com bastante propriedade, que foi o melhor ano da vida de nós três.

Ver o relacionamento de Josh e Tyler me deixava feliz. Eles eram tão apaixonados e empolgados quando estavam juntos um do outro. Era bonito ver os olhos escuros de Tyler ganhando vida quando estavam presos ao mel dos olhos de Josh. Eu sempre ficava impressionado de ver como a pele dois se arrepiava quando tocavam-se. De onde eu estava era possível ouvir as respirações pesadas e o coração acelerado quando eles se beijavam. O relacionamento de Josh e Tyler era intenso.

Eu podia observá-los em um de seus momentos de afeto de uma vista privilegiada: como sempre, eu estava sentado em uma prateleira de madeira que o pai de Tyler havia pregado na parede de seu porão alguns meses atrás. A prateleira era na mesma parede  em que a cabeceira da cama de Tyler tocava. E ao meu redor, tinham algumas fotos de Tyler junto a Josh, ou de Josh sozinho.

Os irmãos do garoto mais novo implicavam com ele chamando a pequena prateleira de "altar para Josh Dun".

Mas o que ele poderia fazer se estava apaixonado?

Como eu ia dizendo, era uma tarde de sábado bem quente graças ao verão. Josh estava sem camisa enquanto Tyler vestia uma fina regata branca, os dois suavam. Josh estava sentado na ponta da cama lendo um livro e Tyler estava ajoelhado atrás dele, brincando com os seus cabelos cacheados.

— Tyler, babe, pare com isso... — pediu Josh ao virar uma página do grosso livro. — Estou tentando me concentrar.

Tyler suspirou fundo mas não deu ouvidos ao namorado; continuou enrolando os pequenos cachos em seus dedos.

— Você poderia se concentrar em mim! — disse o menino com manha, fazendo um bico nos lábios apenas perceptível por mim.

— Ou eu me concentro em você — ponderou Josh resignado — ou tiro mais um belo F em química!

Tyler não disse nada, porém, eu o conhecia bastante para saber que ele não havia se dado por vencido. Josh também deveria saber disso, contudo ele continuou lendo com o cenho franzido pelo foco.

Tyler deslizou para longe dos cabelos de Josh e sentou-se na cama, circulando o quadril pequeno do outro com as suas pernas compridas. Ele serpenteou um dos braços pela cintura de Dun e descansou a cabeça no ombro alheio. Como peças de um quebra-cabeça, o peitoral de Tyler estava encaixado perfeitamente nas costas de Josh.

— Tyler... — advertiu Josh.

— Eu não estou fazendo nada!

Josh respirou fundo e esfregou o rosto com a mão que não segurava o livro, nunca movendo os olhos das páginas. E com as pontas dos dedos do braço livre, Tyler tocou pequenas sardas que espalhavam-se pelos ombros do mais velho e desciam pelo resto do corpo. Era como se ele estivesse contado as estrelas no céu. As sardas eram incontáveis e ele estava hipnotizado.

— Elas são lindas! — murmurou Tyler depois de alguns instantes de silêncio.

Josh virou outra página antes de responder exasperado:

— Elas quem, Joseph?!

— Elas, ora!

Para confirmar sua resposta, Tyler pressionou o dedo em um sarda específica, localizada no lado esquerdo das costelas de Josh. O rapaz alvo tremeu com isso e o sorriso malicioso que Tyler deu me deixou envergonhado.

Às vezes esses dois podiam ser sexuais demais.

— Pare com isso, Ty... — Josh parecia mais nervoso do que irritado. Eu não podia julgá-lo.