CAPÍTULO 5

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MELINDA

Eu ainda estava meio estranha por ontem a noite. Andava meio desnorteada que até a Malu estranhou e fez nada para me irritar, vendo que eu estava possivelmente no meu limite.

- Vamos, Mel. – Ela chamou carinhosamente já na porta pronta.

Suspirei e botei minha máscara de durona e sai.

Era um novo dia, e era hora de esquecer o que aconteceu.

Me despedi da minha irmã e peguei meu ônibus em direção ao trabalho.

Assim que cheguei na empresa, nem fiquei sonhando sobre a fachada como sempre fazia. Só entrei e fui em direção ao RH.

- Bom dia, gente. – Acenei para a dupla dinâmica Bel e Vitor. Eles eram muito bons e juntos conseguiam organizar toda essa empresa enorme.

O que era uma loucura.

- Ei, Mel. Você está sabendo de alguém que precisa de um emprego?

Parei e olhei para o Vitor.

- Eu vou ser demitida? – Arregalei os olhos de repente. – Perai, você está saindo?

Ele riu e Bel também.

- Não é isso bobinha, é que a secretária ontem do Heitor foi demitida e agora ele precisa de uma nova.

Aquela que ele estava tendo um caso aparentemente? Caramba.

- Hmm. – Dei de ombros. – Conheço ninguém não.

- A Melinda pode ir hoje e ajudar o menino Heitor. – Diz Dona Rose completamente sorrateira atrás de mim com um sorriso gigante.

- Não posso não, eu tenho que ajudar a senhora e esse que é o meu trabalho.

Ela da de ombros.

- Hoje vai ser relativamente calmo, arrumamos quase tudo ontem e eu sei que qualquer coisa se ficar muito apertado, um dos dois pode me ajudar. –Disse apontando para o Vitor e a Beatriz.

Eu podia sentir o cheiro de complô daquilo tudo.

Bufei e me dei por vencida.

- Ok, o que eu tenho que fazer para o senhor tem tudo?

Eles ficaram um pouco espantados, porque né, eu nunca falava mal do Heitor.

Eu até defendia ele, vê se pode.

Eu era uma idiota mesmo.

*

Depois de ter que esperar por um novo crachá que desse acesso aos andares superiores e uma ajuda da Rose e da Bea na minha roupa, mas não havia muito o que fazer. Afinal, calça jeans cinza com um rasgo no joelho, a blusa com o logotipo da empresa por cima da minha regata branca e all star preto não era a melhor roupa de secretária.

Meu cabelo estava até ok e não desgovernado.

Coloquei minha jaqueta de couro e meus óculos.

Era isso.

Eu ia ser só uma ajudante de um dia. Não iria trabalhar para ele para sempre e não estava indo ali para agradá-lo.

- Tem certeza disso Rose? E se eu não souber o que ele está pedindo?

Ela sorri para mim com aqueles olhos adoráveis.

- Minha querida, você é tão inteligente e capaz. Tenho certeza que irá dar tudo certo. – Com um último abraço ela se despede com um "boa sorte".

Bem, eu iria precisar mesmo.



HEITOR

Eu tentava me concentrar no documento a minha frente, mas toda hora a minha mente me levava de volta para ontem e a conversa desastrosa com a dançarina da boate.

Mesmo quando ela parecia uma fera a minha frente, eu não conseguia deixar de querer ela. Era assustador, mas enquanto eu me embaraçava mais na frente dela, mais eu queria agarrá-la.

Eu estava mesmo precisando mesmo de uma mulher.

Uma batida na porta me chama atenção e eu balanço a cabeça afastando aqueles pensamentos.

Hora de focar no trabalho.

- Entre.

A primeira coisa que eu noto eram as pernas, e meu olhar foi subindo pelo corpo curvilíneo até dar de cara com a mesma moça de óculos de ontem. A distraída.

- Pois não?

Ela parece um pouco desconfortável, e eu não poderia imaginar o motivo, mas logo ela suspira e começa a falar.

- O pessoal do recursos humanos disse que o senhor precisava de uma secretária temporária até encontrarem uma para o senhor. E me mandaram aqui.

Meu olhar se concentrou nela.

Que estranho, ela tinha os mesmos olhos claros que a dançarina. Só que os dela estavam protegidos por óculos de armação imensa.

- E a senhorita tem experiência nisso? Mesmo que seja temporária, eu ainda assim preciso de experiência.

Ela me encara e dessa vez levanta uma sobrancelha questionadora para mim.

- E o senhor acha que me mandariam aqui se eu fosse incompetente? Ou talvez de novo você pense que eu sou uma coisa que eu não sou.

Olho pra ela em confusão.

- Como?

Ela balança a cabeça.

- Desculpe, só estava divagando. – Ela se endireita. – Então, por onde eu começo? – E sorri.

Por um minuto um pensamento absurdo passa pela minha cabeça, mas logo eu deixo para lá e resolvo confiar nela.

- Qual é o seu nome?

- Melinda, senhor.

Melinda.

Mel.

Hm.

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e ai?

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HONEY - Uma história de amor sem medidasWhere stories live. Discover now