CAPÍTULO 25

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HEITOR

Eu sabia que talvez tivesse que esperar pela polícia, mas eu não queria ouvir a razão nesse momento.

Meu coração estava doendo a cada instante longe dela, então eu precisava tomar alguma providência. Não suportava da ideia dela sendo machucada ou se sentindo sozinha em algum lugar. Ainda mais presa com um lunático.

Um lunático que eu acreditava ser meu amigo.

Por quanto tempo, ele nutria isso? Por quanto tempo, ele tinha esse sentimento doentio por ela?

Eu e meu pai fomos direto para o apartamento do Jonas, e encontramos com o meu tio Miguel lá. Meu pai era contra a arrombar, mas eu não, por isso utilizei um truque que aprendi em filmes de espiões para abrir a porta do apartamento.

- Os homens dessa família realmente tem um pé na confusão. – murmurou meu tio.

- Nesse caso Miguel, estamos de corpo todo envolvido, venham olhar isso. – Chamou meu pai de um dos quartos.

Quando seguimos em direção a voz dele, tomei um susto quando vi que o quarto todo onde o Jonas dormia, meu pai tinha aberto uma caixa cheia de fotos dela.

Melinda.

Grande parte das fotos foram da boate, e o que mais me assustava, era que ela não posava para as fotos, era como se ele realmente tivesse tirado todas aquelas fotos sem ela notar. Invadiu sua privacidade.

Eu senti nojo e raiva, e a minha vontade era quebrar tudo aquilo, mas tinha que ser esperto.

Ele poderia ter deixado uma pista para onde tinha ido.

Na sala não tinha nada, então quando chegamos no quarto dele que tinha a caixa cheia de fotos, resolvemos começar a olhar tudo, até achar papéis no lixo.

Ele tinha sido esperto, fazendo a limpa, mas se enganou se achou que eu não olharia o lixo.

No lixo tinha o recibo de algumas compras e um mapa, com vários riscos.

Pra qual desses lugares ele a levou?

- Toda essa área do mapa, fica na floresta, Heitor. – Meu tio disse.

- Um dos melhores lugares para se esconder.- Murmurou meu pai.

- Ele deve ter alguma cabana, ou casebre por essa área, pai, e eu vou lá. – Digo, levantando e indo em direção a porta, mas sou interrompido pelo o meu pai e me tio.

- Heitor, estamos fazendo tudo isso ainda de madrugada. Espere amanhecer, espere a polícia, ou pelo menos espere reforços. Eu sei que é difícil esperar, mas eu não vou perder o meu filho para algum maluco.

- Mas pai, ele a tem. – digo com a minha voz repleta de dor.

Eu cheguei a dizer que te amava, Mel?

Meu pai me olhar como se pudesse sentir a minha dor.

- Eu sei que é difícil, mas por favor, espere até amanhã, onde a polícia pode ir junto e aumentar as chances de resgatá-la.

Respirei fundo e fechei os olhos.

Eu não queria esperar, mas meu pai tinha razão.

De que adiante eu ir sozinho lá a essa hora? Acabaria me perdendo no escuro e não adiantaria de nada.

Espero que até lá você fique bem, meu amor.

- Ok, pai. Assim que o sol estiver nascendo, eu já quero isso feito. – E sai com eles do apartamento do Jonas.

Seja forte, Mel.

Eu estou indo.


MELINDA

Eu não sabia que horas eram, e apesar de todo o estresse, consegui tirar um cochilo.

Talvez fosse o meu corpo exausto, talvez fosse a fadiga, seja o que for, eu fechei os olhos pelo o que pareceu minutos antes que eu acordasse com a porta sendo aberta novamente feixes de luz saindo por pequenos espaços das tábuas que tinham a intenção de serem paredes.

Um casebre de madeira abandonando sabe só Deus onde.

Consegui me sentar dessa vez, e meu captor, o senhor lunático, trouxe uma bandeja com dois copos de suco de laranja e dois sanduiches grandes.

- Café da manhã! – Ele exclama alegremente e se senta ao meu lado na cama.

Resolvi por em prática o meu plano de conquistar a confiança do lunático.

- Bom dia! – E sorri para ele o meu melhor sorriso.

- Parece que alguém acordou de bom humor hoje. – Ele diz, e oferece um pedaço do sanduíche para mim.

Eu recuso com a cabeça.

- Preciso ir no banheiro antes, por favor.

Ele me encara uns dois segundos que parecem a eternidade, antes de me soltar e me acompanhar até a porta do banheiro.

Dessa vez ele não entra, o que é uma alegria.

Depois de fazer meus negócios, lavei minhas mãos e rosto e voltei para a cama com ele de companhia.

- Posso comer sem as algemas? Estão deixando marcas em meus pulsos. – Mostrei os pulsos a ele que estavam ficando avermelhados.

Ele me encara e balança a cabeça de acordo.

- Se tentar me enganar, Honey, a punição será horrível, e ela doerá tanto em mim quanto em você.

Ignorei o arrepio pelo modo com o qual me ameaçou, e comecei a comer, aproveitando esse pequeno momento de liberdade.

Eu não sabia quanto tempo demoraria para me encontrarem aqui, ou se conseguiriam, mas eu era independente a tanto tempo...

Eu podia ser minha própria salvadora.

Ou morreria tentando.

Assim que acabamos de comer, ele volta a me algemar e diz que já voltava para conversarmos, para nos conhecermos melhor, como se estivéssemos em um maldito encontro!

Eu apenas sorrio, fingindo gostar da ideia e aproveito para sugerir que ele fizesse isso no almoço.

Um almoço especial para nós dois.

Ele parecia exultante com essa ideia e saiu, me trancando novamente.

Assim que ele voltasse e eu conseguisse sair das algemas para comer, e tivesse em minhas mãos uma faca ou um garfo, eu escaparia dali. Não queria recorrer a meios drásticos, mas eu precisava sair.

E iria lutar até o final por isso.

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E ai gente? Gostaram?

Mil perdões pela demora, mas é que eu ando esperando as capas das próximas histórias ficarem prontas e queria muito começar a postá-las antes de terminar essa que já está no fim.

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HONEY - Uma história de amor sem medidasWhere stories live. Discover now