algo a temer

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        OS MÚSCULOS CONTRAÍDOS DOÍAM por estarem flexionados naquela posição de misericórdia, por tanto tempo; o gosto metálico de sangue caracterizava o sabor do meu desespero, assim como a ânsia de vômito alarmante

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        OS MÚSCULOS CONTRAÍDOS DOÍAM por estarem flexionados naquela posição de misericórdia, por tanto tempo; o gosto metálico de sangue caracterizava o sabor do meu desespero, assim como a ânsia de vômito alarmante. O Sol estava se pondo, as trevas renascia.

— A casa está cheia, vamos conhecer o maioral! – Anunciou Simon, após uma caminhonete estar estacionada ao lado do trailer. — O show vai começar.

Eles riram em uníssono, como se tivessem ouvido a melhor piada do mundo. A porta do veículo foi aberta devagar, uma figura misteriosa saindo do mesmo, enquanto assobiava uma canção recorrente. Os passos firmes aproximavam-se de nós, com muita cautela. Desespero.

— Já estão mijando nas calças? – Uma arrastada voz rouca, sarcástica ecoou pelo ambiente que estávamos, fazendo com que me tremesse por dentro. Aquela voz... Só poderia ser delírio meu, pensar reconhece-la. — Achei que estivéssemos chegando perto.

O homem a nossa frente trajava uma jaqueta de couro lustrosa, portava um bastão de beisebol com arame farpado, exibindo-o como um troféu. Havia confiança em sua postura levemente arcada para trás, e seu andar inquieto de um lado ao outro demonstrava sua animação para as próximas etapas.

— Antes de conhecer o líder, quero saber quem assassinou Nick. – Rindo, apontou o bastão para Simon, que em resposta, empurrou-me de encontro com o chão. — Oh, garotinha, estava esperando que fosse o soldado ruivo, mas... você?

Ele agachou-se para que pudesse me encarar nos olhos; e sem senso de medo, e com tamanha humilhação latejando no peito, o encarei de volta, com raiva. Por um momento, senti que meu mundo fosse desabar, mas por outro, tive a certeza.

— Mas, que caralho! – Papai. Ele estava bem a minha frente, sem uma reação maligna ou fria. Em um milésimo de segundos, seus olhos escuros brilharam e um pequeno sorriso se formou. Tão frágil, acariciou meus cabelos, retirando-os da face ensanguentada. — Nem reconheceria a minha garotinha, por de baixo dessa sujeira...

Cerrei os punhos o máximo que pude, com tal força diria que batalhava com a vontade pontiaguda de chorar. Depois de tanto tempo, depois de ter me conformado com sua ausência... Parecia mentira, mas Negan estava ali, vivo! Sua presença gerava um conforto, que se tornava minúsculo perto do incômodo.

— Esse mundo é uma loucura, filha. – Prosseguiu com carícias, ainda fixo em meu olhar. — Nos encontramos, mesmo nessa merda fodida.

— Mas... regras são regras, Negan! – Simon interferiu, como se fosse possível resgatar a pose durona que ele expunha, alguns momentos antes.

— Calado! – Com a mão enluvada, pousou o indicador sobre os lábios, ainda me encarando. Silêncio, um tremendo silêncio pressionou os ares. — Essa aqui... Essa aqui, é a Lucille. Se lembra dela, Rebecca?

Stay Alive 》Negan [REESCREVENDO]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant