Tudo ia bem na vida de Helena e Gabriel. Tudo bem em seus respectivos empregos, e na vida de casados então nem se fala!
Mas em um segundo tudo pode vir por água abaixo. Um momento que seria de felicidade e realização para qualquer casal, para Helena...
Aqui estou eu, no altar, esperando Helena, a razão da minha vida. Pode até parecer clichê me ouvir falando assim, mas é a mais pura verdade. Conheci Helena em umas das fazer mais difíceis que vivi. Transição da adolencêcia para a fase adulta, tentando me descobri como pessoa, como profissional.
Enfim, foi ela quem colocou tudo no lugar certo, aos poucos as dúvidas foram dando lugar a certeza do que eu queria para meu futuro.
E hoje, estamos aqui. Não imaginei que estaria tão nervoso assim!
Estou usando terno, o que não é novidade para mim, já que sou advogado. Mas esse é especial, não só por se tratar do terno do meu casamento, mas por ter sido escolhido por Helena - escuro e simples, colete e a gravata também são escuros, camisa branca por baixo, e para terminar, na lapela uma rosa em um tom claro de amarelo, a cor preferida de Helena.
Na minha direita está Rafael, e na minha esquerda Miguel - meus padrinhos e irmãos - e sim ... nós três temos nomes de anjos, coisa da nossa avó, e ao lado deles estão minhas cunhadas, Rebeca esposa de Rafael e Katarina esposa de Miguel.
Meus irmãos e eu sempre fomos muito próximos, somente depois de adultos nos afastamos um pouco, pois cada um seguiu sua vida e sua carreira - Miguel é médico, Rafael é Capitão dos Bombeiros - nossos pais nos ensinaram que devemos trilhar nossos próprios caminhos, sendo assim nos esforçamos muito pra chegar onde estamos hoje.
Sentado no primeiro banco, bem à minha frente está Dona Laura, minha futura sogra, e ao lado dela está meu pai. E não me espanto nem um pouco com a ausência de minha mãe - Dona Eduarda Santana, nunca fez questão de estar comigo, independente da situação, diferente do meu pai. Mas não posso negar que tive a esperança que pelo menos hoje ela me surpreendesse!
Não consigo entender essa indiferença com que ela sempre me tratou - desde criança, sempre fez diferença entre meus irmãos e eu, nunca nada muito explícito, mas sempre um comentário discreto, que passa despercebido por todos, menos para mim, para ela eles sempre eram melhores, graças à Deus eles não cresceram pesando assim!
Não tenho mais tempo de pensar em minha mãe, pois sou tirando da bolha de lembranças em que eu estava, quando começa a tocar em todos os alto falantes da pequena igreja, a marcha nupcial.
E lá na porta de entrada, está o Sr. Enrico Ribeiro, meu futuro sogro - assim como meu pai e meus irmãos ele usa um terno muito parecido com o meu. Junto à ele, está ela - a mulher da minha vida, que caminha de braços dados com o pai, com um enorme sorriso nos lábios, em um vestido branco - que fica perfeito em suas curvas, e perto do véu branco, seu cabelo parece estar mais negro do que o normal. Helena está mais linda do que nunca, ela trás nas mãos flores de uma amarelo bem claro, idêntica a que está na mimnha lapela. Tenho a impressão de estar vendo um anjo, de carne e osso bem ali na minha frente, um anjo perfeito que em alguns minutos se tornará minha para sempre.
Sinto meus olhos queimarem, com as lágrimas que se formam, tenho vontade de sair andando em sua direção, mas me contenho e apenas fico admirando e esperando que seu pai à entregue a mim, a única coisa que consigo fazer é sorrir feito um bobo.
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