CAPÍTULO 16 - DEPOIS DO SUSTO

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Gabriel

Depois da conversa que tive com meu pai, fui para meu quarto e fiquei o resto do dia lá, não sei nem a hora que ele foi embora da minha casa. Não queria ver ninguém, fala com ninguém, então liguei para portaria do prédio e avisei ao porteiro que não queria receber visitas e que ninguém estava autorizado a subir até meu apartamento. Desliguei o meu celular, me afastei de tudo e todos. Fiquei no mais absoluto exílio por todo o fim de semana.

Levantei bem cedo na segunda-feira, liguei meu celular com a intensão de ligar para o escritório com alguma desculpa de que não poderia ir trabalhar aquela semana. Pretendia continuar afastado de tudo.

Mas ao ligar o celular, começaram a chegar inúmeras mensagens e notificações de ligações perdidas. Entre elas estava do meu pai, meus irmãos, meu cunhado e meu sogro. Todos já deviam saber aquela altura.

Nesse momento chega uma mensagem, é da minha cunhada Katarina. Mesmo sem intensão de responder, resolvo abrir a mensagem.

Gabriel,

Helena está aqui no hospital.

Me liga!

Katarina é enfermeira e trabalha no hospital há muito tempo.

Sinto que minhas pernas ficam bambas. O que será que houve com Helena? Será que foi algo com o bebê? Meu coração bate forte, é minha primeira preocupação como pai.

Ligo ainda com minhas mãos tremendo e o coração batendo na garganta. Tamanho era meu nervosismo. Ela atende no segundo toque.

__Gabriel, ainda bem que você ligou.

__O que aconteceu? Helena e o bebê estão bem?

__Calma. Está tudo bem. Só queria que soubesse que ela está aqui. É uma boa chance de você falar com ela.

__Se está tudo bem. Porque ela está aí Kate?

__É a primeira consulta do pré natal.

É claro. Como eu não pensei nisso?

__Olha você precisa vir rápido. Essas consultas não demoram muito.

__Eu não vou Kate. O que eu vou fazer aí?

__Deixa de ser tapado Gabriel. Vai deixa sua mulher sair assim da sua vida? Não vai nem tentar?

Nos breves instantes que se passam, imagino minha vida sem Helena. Sem sua alegria. Imagino nunca mais acordar sentindo o perfume de seus cabelos e sem ter seu corpo junto ao meu.

__Já estou saindo daqui. Obrigada por me avisar Kate.

__De nada.

Desligo o telefone. Tomo um banho rápido e sigo para o hospital.

Ao chegar, espero algumas pessoas serem atendidas e em seguida me apresento a recepcionista e digo que sou o marido da paciente Helena Santana e que gostaria de acompanhar a consulta. Ela me anuncia para Dra Martha e diz que posso entrar.

Bato na porta, e do outro lado Martha me diz para entrar. Assim que entro, olho pelo consultório e percebo que além de mim e de Martha não há mais ninguém ali.

__Gabriel, meu querido. Quanto tempo. Meus parabéns!

__Oi Martha. Obrigada. Como você está?

Martha é uma velha conhecida da família de Helena, amiga de sua mãe desde a adolescência. Uma senhora muito simpática e amável, e considera Helena como a filha que nunca teve. Deve ter por volta de 60 anos, mais ainda é muito jovem e com uma energia incomparável. Ela me abraça enquanto me parabeniza pelo bebê.

Longa Espera  ✅CONCLUÍDO  Onde histórias criam vida. Descubra agora