Insanire.

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A latina suspirou e deixou seu olhar correr pelo ambiente.

Teto branco, paredes brancas, móveis brancos, piso branco...

Fitou a mulher ao seu lado. É, ela também é branca.

Camila prendeu uma risada e Lauren arqueou uma sobrancelha. - O que foi? - Indagou a hispânica, um sorriso aflorando em seus lábios.

- Tudo aqui é branco. - Respondeu a menor, contendo uma risada. Lauren negou com a cabeça, rindo nasalmente.

- Palhaça. - Resmungou.

Ambas estavam no consultório da Dra. Brooke, esperando pelo atendimento. Lauren tinha marcado um horário bem cedo, assim Camila não se atrasaria tanto para o trabalho.

- Camila Cabello. - Uma voz ecoou pelo ambiente.

Um projeto de anã - mas não tanto anã, já que usava um salto ridiculamente alto -, surgiu no meio do cômodo branco-gritante. Usava um jaleco, e a única coisa que a impedia de sumir entre a dimensão da cor clara era seu rosto bronzeado, batom vermelho e cabelos selvagens pintados de loiro.

A latina prendeu a risada, e se levantou, sendo acompanhada por Lauren.

- Dra. Brooke. - Lauren a saudou. Ela já houvera conversado com a texana um tempo atrás. Ela era uma mulher muito querida.

Ally sorriu.

- Senhorita Jauregui. - Ofereceu um aceno, para então fitar a latina ao lado dela. - Olá, Camila! Sou Allyson Brooke.

A cubana a olhou meio torto, para logo arquear uma sobrancelha. Ela tinha notado de cara que Ally havia a chamado pelo primeiro nome, a fim de criar laços íntimos. Bem, ela deixou isso transparecer de forma bem plausível quando cumprimentara a hispânica usando seu sobrenome, uma formalidade de primeira. Camila tinha conhecimento destes truques de psiquiatra.

- Olá, doutora Brooke. - Deu um pequeno sorriso. Lauren as observava.

- Vamos iniciar? - Indagou a texana. A latina concordou. - Senhorita Jauregui, você irá nos acompanhar?

- Eu prefiro que ela espere aqui. - Decretou Camila, encarando os olhos verdes da namorada. Lauren olhou hesitante para Brooke, mas concordou.

- Eu espero. - Respondeu, sentando-se na poltrona.

- Muito bem. - Ally seguiu em direção à sua sala, tendo Camila em seu encalço.

Quando chegaram, a latina fez questão de fechar a porta. A texana encarou tudo minunciosamente, enquanto se sentava em sua cadeira.

Camila sentou-se na poltrona, e direcionou seu olhar até Brooke, que capturava uma agenda e uma caneta.

- Então, Camila, em que posso ajudá-la?

- Tem coisas me perseguindo. - Foi direta.

Ally não se assustou, e manteve o semblante impassível estampado no rosto.

- Coisas? - Perguntou, seguindo a mesma linha franca de comunicação que estavam tendo, ao mesmo tempo que anotava algo em seu bloco.

- Presenças. - Esclareceu, cruzando as pernas sem desfazer do contato visual. - Eu não somente as vejo, mas também sinto e escuto. Parece que estou vivendo em um palco.

Ally largou a caneta na mesa e apoiou seus cotovelos, a encarando.

- Com que frequência isso acontece? - Indagou.

- Muitas vezes. - Sussurrou, batucando as unhas vermelhas ainda descascadas em cima da própria perna. - Isso nunca aconteceu comigo antes.

- O que você vê? - Ally questionou, firme. Camila chegou na conclusão de que as técnicas da doutora Brooke eram mais do que impressionantes, pois sentia-se tendo um diálogo com a melhor policial da delegacia, dentro de uma sala de interrogatório.

When The Devil Calls - Short Fic (Camren)Where stories live. Discover now