Rem.

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Um brilho passou correndo pelos olhos castanhos, deixando sua cor mais vívida e chamativa. Um sorriso ocupou uma dimensão enorme no rosto da cubana, que em seu olhar, uma e mais outra gotinha escaparam de sua cor chocolate. Eram lágrimas de alegria.

Lauren não precisou ouvir a resposta verbal. Beijou agora sua noiva com todo o amor que sentia, e céus, como era bom beijá-la enquanto estava sorrindo. A partir daquele instante, a maior prometeu a si mesma que faria de Camila a mulher mais feliz da face da Terra.

Os beijos se intensificaram e então nada mais importava. Fizeram amor no sofá, fizeram amor na escada enquanto seguiam em direção ao quarto. Desabaram exaustas, completas e felizes na cama de casal, onde compartilhavam beijos e promessas de amor.

[...]

O dia amanheceu tempestuoso em Bristol, a cidade longe da populosa Londres.

Lauren despertou com um trovão que cortou o quarto inteiro. Ao abrir os olhos, notou a ausência de sua noiva na cama. Ela realmente esperava acordar com Camila em seus braços naquela manhã, principalmente depois de terem feito amor. Um raio iluminou o cômodo e a hispânica se encolheu de leve, levantando logo da cama para encontrar a latina.

Saiu dali e seguiu em direção às escadas, descendo cada degrau de madeira. Ao colocar o pé no último, viu Camila na grande porta de vidro, com os braços cruzados enquanto olhava o céu desabar. A hispânica parou ali, fitando ela.

Lauren já tinha visto a cubana assim antes, mas nada nesse nível. A latina tinha o que a hispânica gostava de chamar de "comportamento medieval". Ela era um pouco conservadora, e dificilmente abaixava a cabeça para comandos. Lauren admirava isso, era antiquado, mas extremamente bonito de se ver em uma mulher. Denotava muita superioridade. Lauren tem consciência de que a latina ficara mais firme ao longo do relacionamento, e também tinha quase certeza de que era por sua causa.

Camila sempre esteve firme para ela.

Mas agora, Camila parecia nem um pouco acuada. A posição de seus braços eram altas, quase grudados no peito. Não indicava um colocamento de medo ou abatido, enunciava uma postura autoritária. Seus ombros nada curvados ajudava no resto da imagem displicente. Dava a entender que ela nunca ficara com aversão antes, como se aquela Camila que estivera com medo dias atrás, tivesse desaparecido feito uma neblina. Ela continuava a encarar o céu turbulento, ríspido e aterrorizante para Lauren.

- Não vê o quanto ele é bonito? - A voz de Camila assustou a hispânica, que pulou de leve na escada. Ela nem estava perto o suficiente para a latina deduzir de sua presença no cômodo, já que estava de costas para a hispânica. Isso fez o sensor de alerta natural de Lauren apitar. - O céu. - Comentou, antes que a maior pudesse franzir o cenho em questionamento.

Não, ele não era bonito para Lauren e Camila sabia disso. A maior não conseguia entender até onde a namorada queria chegar.

- Não. - Afirmou, segurando-se no corrimão. Camila permanecia de costas para ela, batucando agora suas unhas vermelhas perfeitamente feitas no próprio braço. Estavam longas e estranhamente afiadas. - Não tem sol. - Uniu as sobrancelhas.

- Só porque o céu está carregado de nuvens, não significa que ele está feio. - Objetou a menor.

Lauren virou de leve a cabeça, descendo o último degrau. Andou silenciosamente até a namorada, que encarava lentamente a tempestade lá fora. Quando se aproximou dela, sentiu um vento frio lhe atingir. Teve o cuidado de checar as janelas. Todas fechadas.

A latina se virou. O trovão finalmente veio e Lauren sentiu um choque enorme.

A expressão estampada no rosto da cubana era estranha e completamente obstinado.

When The Devil Calls - Short Fic (Camren)Where stories live. Discover now