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Eu queria poder acordar, acordar e dar a volta por cima. Já estou em casa à dois dias e não consigo sair do meu quarto. Os meus pais estranharam um pouco mas não insistiram, acho que perceberam que eu não estava legal. Desde o ocorrido na casa do Malik, eu estou chateada e mal como. Eu estou com ódio do James, estou com muita raiva. Ele não tinha o direito de me tocar sem a minha permissão e nem de invadir o meu espaço depois de fazer o que fez. Zayn queria me ajudar de todas as formas, levava o café na cama e insistia em me ajudar a banhar.

Eu queria dizer para os meus pais o que aconteceu, mas eles não iriam acreditar, até porque eles adoram o James e sempre defendem ele. Me sento na cama e passo a mão pelo meu cabelo, me estico um pouco e pego o meu celular que tocava sem parar, suspiro lendo o nome que aparece na tela e abano a cabeça, atendendo a chamada.

Ligação on

— Princesa? Enfim me atendeu, como você está? Estou com muitas saudades, eu posso ir aí te ver? – murmurou a voz rouca que eu tanto conhecia, eu sorri um tanto feliz e fechei os olhos lembrando do passado. Meu Deus, quanta saudade.

— Chris... Eu estou b-bem. E você? Eu também sinto saudades suas. Sim, você pode vir aqui, eu vou gostar muito de te ver. – eu disse com a voz um pouco trêmula e abanei a cabeça, abrindo os meus olhos. Faz anos que eu não vejo o meu irmão, ele foi embora com alguns amigos e a partir daí, eu comecei a me considerar filha única, pois eu nunca mais vi ele.

— Lauren, o que houve? Cadê aquela empolgação na voz? Você não está bem, me diz o que houve. – ele disse e eu fiquei em silêncio, apenas pensando. — Lauren? Tudo bem, amanhã à noite eu vou aí e você me conta tudo se quiser. Preciso desligar agora, eu te amo. – disse e desligou a chamada, apenas coloquei meu celular na cômoda e voltei a me deitar na cama me permitindo viajar pelos pensamentos.

Ligação off

Eu não consigo esquecer, ainda não acredito que James fez isso e agora sinto nojo de mim mesma. Eu sinto nojo por não ter gritado mais alto ou por não ter conseguido o impedir. O garoto que eu tanto adorava fez por merecer o meu rancor, o meu ódio. Eu me lembro que no dia seguinte, ele entrou no quarto do seu pai e me viu sentada na cama, encarando a janela e então veio até mim e tocou o meu ombro. Eu senti nojo por ele ter tocado em mim, mas permaneci em silêncio, apenas encarando o céu cinzento. Ele suspirou e então murmurou um pedido de desculpas, eu continuei em silêncio decidindo não me chatear mais. Zayn queria que eu o denunciasse, mas eu não quis. Talvez ele estava se sentindo mal amado e por isso quis que eu me sentisse como ele, ou talvez ele não estava tomando conta dos seus atos e fez isso por ter sido dominado pelo álcool, ou talvez ele fez isso porque... porque é um idiota que não sabe dar valor para as pessoas que o amam e que não sabe amar, que não merece ser amado. Me levanto soltando um breve suspiro, arrumo as minhas meias e apoio a mão na parede ao sentir uma tontura, fecho os olhos com força e os abro após alguns segundos, acho que me levantei rápido demais. Saio do quarto e caminho pelo corredor, desço as escadas apoiando a mão no corrimão e caminho diretamente até o escritório do meu pai, abro a porta devagar e suspiro ao ver o local vazio, entro ali e caminho até uma porta que havia ali, a abro e dou um passo a frente vendo todas as garrafas de bebidas, meu pai raramente tocava aqui e nesse momento eu sentia vontade de beber. Eu peguei uma garrafa de whisky e outra de vodka, eu nunca bebi vodka. Saio do pequeno depósito de bebidas alcoólicas e pego um copo da mesa do meu pai, saio do escritório e volto a subir para o meu quarto.

Me sento na cama e coloco as garrafas encima da cômoda, deixo o copo do meu lado e abro a garrafa de whisky, despejo o líquido dentro do copo e viro direto sentindo aquilo descer queimando pela minha garganta, logo seguido de uma sensação boa. Eu virei mais um, mais outro e mais outros. Eu perdi a conta de quantos copos de whisky eu bebi. Me levanto sentindo o meu corpo leve e caminho em passos pesados até o meu closet, entro no mesmo e pego uma pequena caixa, abro a mesma e pego um cigarro de maconha e o isqueiro, voltei a largar a caixa no lugar que estava e colocava o cigarro entre os lábios e o ascendia o mesmo, coloquei o isqueiro no bolso e dei uma longa tragada, peguei o copo de whisky e caminhei até a sacada do meu quarto. Me encostei no parapeito e abanei a cabeça enquanto fumava o cigarro de maconha e bebia o whisky do copo. Uma série de pensamentos passava pela minha cabeça e eu só sabia beber naquele momento. O meu corpo estava muito leve e eu sentia leves fisgadas na minha cabeça, observo os carros que passavam pela rua e fecho os olhos enquanto dava uma tragada forte no cigarro, os abro e solto um longo suspiro pensando por um instante que eu deveria estar morta, se eu não tivesse aqui nada disso tinha acontecido e é uma merda, eu nem pedi para nascer e se Deus me deu a vida, deveria tirá-la agora. Eu queria que ele me amasse do mesmo jeito que eu o amava e veja o que ele me deu. Droga, eu queria um pouco do amor dele e ele me cedeu a dor, me fez sofrer e agora eu quero morrer. Coloquei o copo no chão e terminei o cigarro, jogando o restante lá embaixo. Apoio as duas mãos o parapeito e passo uma das pernas por cima do ferro branco, eu passei a outra também e me sentei na beira do ferro, podendo cair à qualquer momento. Meus olhos arderem fortemente ao imaginar como seria a minha morte. Eu fiquei de pé novamente e segurei com uma mão no ferro, me inclinando um pouco mais para a frente. Eu soltei a minha mão, mas ela foi segurada com firmeza por uma mão grande.

— Deixa eu te salvar, Lauren... – a voz de Zayn ecoou nos meus ouvidos.

Olá. Como estão?

O Pai Do Meu Namorado ||Z.M||Where stories live. Discover now