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O sr Antônio não andava muito bem. Sempre que chegava em sua casa, parecia irreconhecível, apesar de sempre ser um pouco mal humorado, nunca agia de forma violenta como agiu naquele dia. Reclamava de tudo. Da comida de Janete, da casa bagunçada, de Joaninha espalhando os brinquedos pela casa. Reclamava até do piso da sala que oscilava demais. Não queria conversa com ninguém,  e não entendia o porquê de tudo isso. O trabalho andava bem, estava bem fisicamente. Mas o seu psicológico, ah, este estava abalado, e era isto que lhe intrigava.

Em um determinado dia, George levou as primeiras palmadas de sua vida.

A sra Peixoto se perguntava o que estava acontecendo com a sua família!

— Você é um pai fracassado. — disse o garoto.

Antônio desferiu um tapa tão forte na face do menino que este deu duas voltas caindo leso no sofá. A sra Jamila, ao ver a cena, se desesperou.

— O que você fez, Antônio?! Quer matar nosso filho, é isto?!

Antônio Peixoto recuou, olhando os pulsos, as mãos tremendo. "Eu não fiz isso, não fui eu que fiz isto". Ele dizia.

Todos olhavam assustados para Antônio.

— Não fui eu quem fiz isto. Não fui eu quem fez isto... — ele continuava dizendo, abraçando o filho.

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