Capítulo 19

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Obrigada por lerem e vamos para o próximo capítulo onde vamos começar a ver a "verdadeira" personalidade de nossa amada e desejada Laura.

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A semana passou de uma forma rápida e calma. Laura, apesar de toda sua paranoia, agiu de forma tranquila. Voltamos a nos ver na quarta-feira e na sexta-feira, mas nada fora do normal. Bárbara e eu nos vimos na quinta-feira durante a tarde. Ficamos em casa assistindo filmes e namorando um pouco, nada mais íntimo, afinal, meus pais estão marcando em cima, então resolvemos não aprontar nada.

Estamos no sábado, dia de aula no cursinho e, felizmente, metade do dia já passou. Estou saindo para o almoço acompanhada de um grupo que conheci por aqui. Descemos no elevador do prédio onde fica o curso conversando e rindo de coisas banais e, quando chegamos na rua, dou de cara com ela. A última pessoa que imaginei ver hoje.

- Juliana?! - Pergunto abismada com sua presença.

Assim que ouve minha voz, Juliana se volta para me olhar e sorri de forma nervosa. - Alice?! Meu Deus! Não imaginei que estudasse aqui. - Falou vindo me cumprimentar.

- Eu que me surpreendi. O que faz por aqui? - Perguntei assim que nos afastamos.

- Ah... eu vim ver uma oferta de trabalho.

- Não brinca?! Vai dar aula no meu curso?! - Falei animada, afinal, Juliana é um excelente professora e sei que pode ajudar muito na nossa preparação.

- Espero que sim, mas se ocorrer é só para o próximo ano. - Falou sorridente.

- Devo ficar aqui estudando até março do próximo ano, então pode ser que ainda te pegue como professora.

- Que bom! - Juliana estava um pouco sem graça e desconfortável com minha presença, podia sentir, mas, sinceramente, não é para tanto.

- Eu vou almoçar agora, você já fez o que tinha que fazer aqui? - Perguntei a fazendo me olhar com receio.

- Ahh... já sim. Falei com o diretor do curso. Por quê? - A senti ficar tensa.

- Quer me fazer companhia? Não gosto de comer sozinha. - Falei de maneira direta, fitando o fundo de seus olhos castanhos.

Juliana ponderou um momento. Eu podia sentir seu receio em dizer sim, mas, ao mesmo tempo, sua imensa vontade de aceitar. Ela estava em um embate interno por minha causa e isso é muito bom.

- Não sei se devo!!... tenho algumas coisas para...

- É só um almoço. Não vai demorar e eu também tenho que voltar para o curso. - Falei a cortando, não deixando saída para ela negar. - Vamos? - Estendi minha mão em sua direção.

Ela me olhou com uma sobrancelha erguida e depois pousou seus olhos em minha mão estendida em sua direção. Seus olhos demonstravam dúvida, porém não há lugar para isso neste momento. "Vamos! Vem comigo!" pensei a olhando. Juliana suspirou pesadamente e abriu um sorriso tímido, estendendo a mão e dando um leve toque na minha, a abaixando e afastando dela.

- Ok! Também não gosto de comer sozinha. - Sorriu para mim e começou a caminhar em direção a saída. - Onde vamos comer?

Entendi na hora, era óbvio que ela não aceitaria pegar na minha mão, afinal somos professora e aluna. Ela está numa batalha interna, que aos poucos está tendendo para um lado: o de ceder a mim. Porém isso não a fará agir como se fôssemos tão íntimas assim. Poderia dizer que é frustrante, mas sei que ela está me deixando entrar e isso é vitorioso.

- Tem um pequeno restaurante aqui perto que vende comida mineira, pode ser? - Perguntei a seguindo em direção a saída e alcançamos a rua.

- Adoro! Pode ser sim. Vamos.

Doce Obsessão (Romance Lésbico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora