Romantismo no Brasil

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Começa o Romantismo no Brasil em 1836, com publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães.

Em 1808, a família real portuguesa, fugindo do avanço das tropas napoleônicas, resolve instalar-se no Brasil, abrindo caminho para a emancipação política da colônia, o que acontece em 1822, quando é declarada oficialmente a Independência do Brasil. O problema é que, mesmo com o rompimento dos laços políticos com a metrópole, os intelectuais brasileiros ainda reproduziam os modelos do pensamento europeu. Logo, surge a necessidade entre nossos pensadores de criar uma arte e uma forma de pensar que rompesse com os padrões do Velho Mundo. Os escritores românticos brasileiros buscaram, então, mais do que a independência política – buscaram a independência cultural.

Primeira Geração Poética Brasileira (INDIANISMO E NACIONALISMO):

Influenciada pela Independência do Brasil, a poesia buscava a identificação do país com suas raízes históricas, linguísticas e culturais. O desejo era o de construir uma arte brasileira, livre da influência de Portugal, e o sentimento era de nacionalidade, resgatando elementos da história do país. Foi fortemente marcada pelo indianismo e trazia a toda elementos da natureza (flora e fauna) brasileira. O índio era exaltado como herói, pois representava o povo brasileiro, e o Brasil em sua essência. Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães eram os principais representantes.

Segunda Geração Poética Brasileira (MAL-DO-SÉCULO, ULTRARROMANTISMO, BYRONIANA):

Entre as características gerais do Romantismo, aquela que mais se faz presente na segunda geração do movimento no Brasil é a evasão da realidade. Só que essa evasão não acontece no tempo ou no espaço, como na primeira geração. Agora, a fuga da realidade ganha contornos trágicos. Os heróis românticos encontram na morte uma solução para seus problemas existenciais, podendo chegar, inclusive, ao suicídio. Isso acontece porque, de acordo com o pensamento romântico, o indivíduo vive em constante conflito com a sociedade, tornando-se uma espécie de "desajustado". Essa sensação de constante desajuste tem como consequência alguns comportamentos tipicamente românticos:

- pessimismo

- dor existencial

- sofrimento

- isolamento

- a mulher é um ser inalcançável, intocável, só podendo ter contado nos sonhos ou depois da morte 

Alvaro de Azevedo e Casimiro de Abreu.

3° Geração poética Brasileira (CONDOREIRA)

Os republicanos querem acabar com a monarquia e o movimento abolicionista ganha força entre os intelectuais. A terceira fase do Romantismo também é conhecida como geração condoreira.

Na verdade, a terceira geração romântica questiona a ideologia da primeira geração. É que os escritores da primeira fase do nosso Romantismo, representam o povo brasileiro como resultado da união de duas etnias: o branco europeu e o índio – mas deixa o negro de fora desse projeto nacionalista-literário. Afinal, numa sociedade escravocrata, transformar o negro em herói seria uma grande contradição.

Logo, podemos pensar que a terceira geração, ao recuperar o negro como personagem da nossa cultura, possibilita uma resposta a essa lacuna.

Castro Alves.

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