22º Capítulo

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Acho que vê-la a apagar a mensagem foi mesmo o que mais me custou, não por aquilo que estava lá escrito mas sim pelo gesto.

A partir desse momento eu sabia que tudo tinha terminado, na verdade não me era permitido que isso acontecesse, mas como devo eu reconquistar a sua confiança? Se há algo que aprendi com todo este tempo em que tive para me aproximar dela foi que não confia facilmente nas pessoas.

Uma vez quebrada a confiança que ela deposita nas pessoas é complicado de a recuperar!

Depois do que me pareceram anos sentado no banco a seu lado, sem que ela me dirigisse sequer um olhar, o autocarro parou finalmente e isso foi o que bastou para que os alunos se começassem a amontoar junto das portas para abandonarem o seu interior.

Era cansativo, não só os gritos entre si, mas também os meus pensamentos. Eu acho que nunca houve um dia em que me sentisse tão cansado, tão emocional como fisicamente, mas ainda assim com tanta força para lutar.

Não para lutar contra alguém dentro de um ringue, mas por lutar por alguém e todo o seu amor...

Eu queria descobrir qual era a fórmula que a faria regressar para mim, mas eu sabia perfeitamente que estava limitado nas minhas escolhas por ela ser uma das minhas alunas. Eu não poderia simplesmente chegar lá fora e dizer-lhe tudo o que sinto, na verdade até podia, mas minutos depois tenho a certeza de que estariamos os dois a ser expulsos da escola, de vez.

Depois de todos terem saido eu dirigi-me finalmente para o exterior. A minha mala era a única que permanecia ali, sozinha e abandonada, como eu no fundo me sentia. Sim, a culpa de todos estes sentimentos negativos é minha mas eu já percebi que errei e que por isso vou ter de pagar caro.

Depois de segurar firmemente na mesma arrastei-a até ao meu carro e ai avistei uma rapariga sozinha ao fundo do parque de estacionamento.

O seu cabelo castanho sobressaia-se devido ao laço branco que estava preso nele e não foi preciso um segundo olhar para que eu reconhecesse Kaylin. O seu corpo permanecia em sentado em cima de uma boca de incêndio no meio do passeio. O seu braço estava apoiado numa das suas pernas, que se encontravam cruzadas, e a sua mão suportava o seu rosto. (imagem ao lado)

Pousei a mala no interior do carro, mais precisamente nos bancos traseiros, e logo iniciei uma caminhada rápida até ela devido ao frio que se começava a formar. Provavelmente não me vai responder e ainda vai ignorar a minha presença mas vale a pena o esforço e quem sabe se não é agora que consigo esclarecer as coisas com ela de uma vez?

Assim que me aproximei da sua pequena figura, comparada com a minha, os seus olhos verdes penetraram nos meus castanhos e nesse momento todas as palavras, todos os gestos e ainda pensamentos que tinha formado para lhe transmitir desvaneceram-se.

Como é que com um simples olhar consigo ler todo o interior de uma pessoa? Como é que com um simples olhar eu consigo perceber o quão a magoei?

Eu não tencionava, juro que não, e farei o que for preciso para que ela perceba isso. Não importa a altura, o que for eu farei sem hesitar...

Eu: Kay por favor...- ela curou-me

Kaylin: Zayn não precisas de te desculpar, nós não tinhamos nada e ainda bem que o fizeste porque serviu para eu perceber que tudo o que estávamos a fazer não passava de um erro. Um erro no qual eu nunca deveria ter caido

"Autch!"

Eu não tenciono deixar isto assim, na verdade ela vai ter de me ouvir e só depois eu aceitarei a sua decisão. Mas o que direi eu? Não lhe posso contar metade daquilo que sei porque seria demasiado para ela, se lhe disser o que sinto estar-me-ei a repetir, se disser que estou arrependido estarei a dizer o mesmo que disse na mensagem, então o que raios devo eu dizer para que ela me perdoe?

É nestes momentos que eu detesto ser homem! Nós, individuos do sexo masculino, conseguimos sempre f*der tudo quando realmente tudo está a ir bem demais. Eu começo a duvidar que isto está nos nossos genes e é quase irremediável.

Sentei-me ao seu lado, mas no chão, como me apercebi de que estava demasiado baixo pus-me de cócoras à sua frente e assim os nossos rostos ficaram frente a frente, apenas com uns meros centimetros a separarem-nos.

Eu: Ouve eu sei que nem mil palavras vão conseguir justificar as minhas ações naquela noite, está bem? Mas por favor perdoa-me, eu não sei o que fazer sem ti. Perdi o meu rumo quando percebi que te tinha perdido também. Eu nunca quis amar alguém, porque hoje em dia isso é sinónimo de sofrimento muitas das vezes, e quando percebi que era o que me estava a acontecer eu tive de tentar tirar-te da cabeça. Enquanto dançavas eu percebi que me estava a apaixonar por ti lentamente e sabes que mais? Já não há nada que eu possa fazer para voltar atrás porque és tu a pessoa que se mantém na minha cabeça durante todo o dia, é contigo que sonho e antes de adormecer eu faço logo os planos para o dia seguinte garantindo que te vejo

A boca de incêndio foi a minha escapatória para não ter de a encarar olhos nos olhos. Foi ai que concentrei toda a minha atenção quando não recebi nada em troca senão um pequeno soluço. Provavelmente era um soluço de pena, pena por eu estar tão f*dido dos sentimentos, mas ainda assim o que fiz foi puxá-la contra o meu peito.

Os seus soluços tornaram-se mais evidentes e ai os seus braços envolveram-me num abraço. As suas mãos agarraram a minha camisola de uma maneira brutal, não sei se ela tinha medo que eu me afastasse do seu corpo frágil mas se assim era ela já deveria saber que eu não o faria.

Deixei que ela chorasse tudo o que tinha preso dentro dela e quando se recompôs um pequeno sorriso apareceu no seu rosto. Que me lembre aquele fora o sorriso mais falso que eu tinha visto em toda a minha vida e isso deixou-me triste.

Com uma simples ação errada eu consegui consumir toda a vida que antes existira no seu corpo, ela não parecia mais a Kaylin que eu conhecia que tinha alegria para dar e vender, pelo contrário, acho que agora ela era das pessoas que daria de tudo para poder comprar um pouco dessa alegria.

Em circunstâncias diferentes ela iria fazer uma piada da situação ou até mesmo começar a rir sem motivo aparente, mas neste momento tudo o que ela consegue fazer é fingir um pequeno sorriso e permanecer imóvel no seu lugar.

Tenho a certeza de que se ela pudesse iria direi para um canto e ficaria por lá a ler um livro ou a ouvir uma música que lhe agradasse, mas estamos no meio de um parque de estacionamento e não existem cantos sossegados onde ela possa fazer isso.

Não é justo da minha parte ter-lhe causado toda esta mudança, mesmo que seja temporária. Ela não merecia todo o sofrimento que está preso no seu interior e por isso, mesmo que me custasse o mundo, bastaria um pedido seu para que eu desaparecesse da sua vida e isso bastasse...

Não interessaria o meu emprego, casa ou coisas do género porque comparado com ela, todas essas pequenas coisas parecem um nada, porque ela sim é o meu tudo!

Bem é tarde nas estive a estudar e bom só comecei a escrever à cerca de 25 ou 30 minutos, então considerem-me a super mulher por ter escrito1365 palavras em tão pouco tempo.

PERGUNTA PARA DEDICAÇÃO DO CAPÍTULO: Olhando para a história até agora, com atenção nos pormenores que vou deixando sem que vocês reparem, e tendo em conta a descrição da fic, o que acham que vai acontecer no futuro?

Quero ver o quaõ criativas conseguem ser, ah e antes que pensem que estou sem ideias, acreditem que apenas quero ver isso porque eu já sei como vou terminar a fic xD

PARA QUEM NÃO VIU A NOVA DESCRIÇÃO É: S(he) be(lie)ve(d)

Sky ⚡ |Z.M|Where stories live. Discover now