XVIII - Sem Direito

574 74 27
                                    

"Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma."
Augusto Cury

Diana estava deitada em sua cama, olhando a luz da lua entrar pela janela quando ouviu a porta se abrir e olhou subitamente, encontrando Alexandre com cara de desapontamento.

- Como conseguiu essa chave? - disse Diana com voz de choro. - Eu tranquei a porta... - ela levantou e se sentou na cama enquanto Alexandre apenas a observava. Ficaram em silêncio por uns minutos e ela revirou os olhos e suspirou. - Entra e fecha a maldita porta.

- Diana... - disse Alexandre em tom de decepção. - Era a mulher que você elogiou durante todos esses anos e você foi uma idiota com ela. - disse ele, se aproximando da cama.

- Ela vai sofrer também. O que você achava? Que eu ia me jogar aos pés dela, me agarar e agradecer por ela ter voltado? - Alexandre sentou na cama e ambos se encararam. - Pensei que você me conhecesse.

- E te conheço... - Diana revirou os olhos, deitou na cama e voltou a olhar para a janela. - E até quando o teatro da "Diana revoltada"?

- Não sei... - disse Diana séria e deixando uma lágrima cair. Alexandre sorriu, vendo a doce menina escondida em tanta arrogância e se deitou atrás dela abraçando com carinho.

Diana sentiu algo estranho. Era a primeira vez que ele fazia aquilo e ela  se sentiu incomodada, sentiu algo que não sabia explicar e se levantou depois de pouco tempo, enxugando as lágrimas e voltando ao teatro de sempre.

- E as chaves? - Alexandre a olhou sorrindo, ainda deitado na cama e se sentou com um sorriso doce nos lábios.

- É de Jacinta. Ela tem chaves extras de todos os quartos. - disse Alexandre, sorrindo.

- Então, me dê. - eles se encaravam e Alexandre disse não com a cabeça. - Eu disse... ME DE!

- NÃO! - disse Alexandre, levantando da cama e correndo para fora do quarto, sendo seguido aos berros por Diana e a briga foi feita. Até que vasos caros foram quebrados e Jacinta pegou a chave da mão de Alexandre o qual, vitorioso, tomou um belo murro no braço vindo de Diana. Mas, eles se amam.

NA PORTA DO TRIBUNAL

Victoriano olhava aqueles olhos verdes que ele via todos os dias através de Alexandre e se sentiu inerte. Inês o encarava com ódio, seu coração batia forte e ela não sentiu nada mais do que ressentimento.

- ME DIZ! - gritou Inês, já com os olhos lacrimejados.

- Eu... Você não tem o direito de... - tentou falar Victoriano.

- Eu tenho todo direito de saber! Fala! - Inês falava aos berros e Victoriano, percebendo que já estava chamando atenção, a agarrou pelo braço e a colocou no carro dela (no banco de copiloto).

- Pra onde você acha que está me levando? - Victoriano fechou a porta do carro com força. - Esse carro é meu não te dou permissão! - gritou Inês, vendo Victoriano rodear o carro e sentar no banco do piloto.

- Cale a boca, Inês! Vou te levar para um lugar menos chamativo onde poderemos falar sem chamar tanta atenção. - respondeu Victoriano.

- Eu te odeio! - disse Inês enxugando a lágrima que caiu e ela passou a olhar a janela do carro.

- Nem vou dizer o que sinto por você. - respondeu Victoriano enquanto manobrava o carro e saia do local.

- Você é um cínico, Victoriano. Um tremendo Cara de pau. - disse Inês sem olhar para Victoriano em momento algum, porque sentia que se o fizesse pularia no pescoço dele e o mataria.

InêsOnde histórias criam vida. Descubra agora