XXXVI - Uma Noite Entre Mil

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Inês retirou os olhos da mão de Victoriano e o encarou. Ela se perdeu nos olhos dele e disse em um sussurro.

- Eu também te amo...

Em um átimo, Victoriano a agarrou forte, a segurando pela cintura e antes de Inês pensar no que deveria fazer. Victoriano puxou o rosto dela com uma das mãos e a beijou, mas ela não protestou. Ela o beijou também... Eles pareceriam fogo e pólvora, com um simples beijo e estavam quase fazendo amor no meio de todos. Os que passavam aplaudiam, pensando que eles tinham ficado noivos, mas eles apenas voltaram a jurar estarem juntos de novo. Dessa vez para sempre.

Eles se afastaram lentamente, buscando o olhar um do outro e quando encontraram... Sorriram. De repente, Inês sorriu alto e Victoriano a seguiu de imediato. Era quase impossível ouvir aquela gargalhada e não rir junto, mas ele não entendia a graça naquilo tudo.

- Porque sorri? - indagou ele carinhosamente. Inês parou de gargalhar e o encarou com um sorriso terno na boca.

- Você ainda pergunta? - disse ela. Essa resposta irritou a Victoriano.

- Se eu pergunto é porque não sei, caso contrário não perguntaria. - Inês segurou a gargalhada e acabou cuspindo o pescoço de Victoriano, antes que a mão dela chegasse a boca.

- Lerda! Me cuspiu! - Inês gargalhou mais e Victoriano acabou entrando na dela.

- Lerdo é você! - ela retrucou entre sorrisos.

- Parecemos uns adolescentes apaixonados entre brigas e gargalhadas... - isso fez Inês parar de rir e o encarar séria.

- De certa forma, hoje voltamos a nossa juventude, resgatamos o amor e a confiança que tínhamos um no outro.

- Por isso a gargalhada? - perguntou Victoriano.

- Não. - Inês o abraçou pelo pescoço, juntando seus corpos sem o minimo pudor, mantendo apenas poucos centímetros de distancia entre seus narizes. - A gargalhada foi porque não precisava da viagem, nem do sequestro, nem das regras... Eu sempre te amei. Só precisava te fazer sofrer um pouquinho mais. 

Victoriano gargalhou em um impulso inconsciente, sentindo uma mescla de alegria e irritação. A alegria tomava conta de tudo então a irritação era um pensamento minimo que tornava tudo mais cômico. Victoriano, acabou se afastando um pouco de Inês a medida que a gargalhada aumentava e Inês tentava não rir. Agora ela não entendia direito tanta graça.

- Eu sempre imaginei que os anos no hospício poderiam ter afetado sua sanidade. - disse Victoriano entre sorrisos e Inês em um súbito começou a bater nele, mas Victoriano estava disposto a nunca mais deixar nada afetar a relação deles e sem Inês imaginar, ele a carregou e, entre perguntas e tentativas de sair dos braços dele (sem escândalo para não chamar atenção), Victoriano deu a ordem; em um sussurro.

- Pare, mulher. Não vê que quero ser romântico? - Inês foi surpreendida por aquelas palavras e se calou, com o coração acelerado.

- Bastava... - Victoriano entrou no elevador e a colocou no chão. Ela o olhou irritada. - Acabou o romantismo?

- Não. No quarto continua. - Inês franziu o cenho.

- Que idiota... Não vai ter nada no quarto. Você vai dormir no... - antes dela terminar, Victoriano a agarrou em um beijo arrebatador.

Acredito que nenhuma mulher heterossexual poderia negar um beijo tão quente, arrebatador e cheio de paixão (talvez se o homem fosse feio, mas não é o caso de Victoriano). Inês o abraçou totalmente rendida aquela pegada forte e precisa. O calor aumentou dentre aquelas quatro paredes metálicas e quando o elevador parou no andar indicado, Victoriano carregou Inês, sem parar de Beijá-la... A colocou no chão para abrir a porta e ambos entraram no quarto entre beijos. A porta foi batida com força enquanto Inês retirava a roupa e Victoriano. Peça por peça foram ao chão e em poucos minutos Victoriano caia sobre Inês na cama, beijando seu pescoço, como quem tem sede de água em um deserto escaldante. Inês acariciava as costas de Victoriano com força, seu pele pedia mais da pele dele, como se o máximo de contato ainda fosse pouco para tanta paixão acumulada e ela inspirou alto ao senti-lo entrar nela completamente e um pouco forte.  A sensação, quase inexplicável, poderia ser comparada a sensação de quem tem fome e coloca o primeiro alimento na boca depois de dias ou de sentir o vento fresco em uma tarde de calor intenso, mas nada disso é suficiente para descrever aquela sensação. 

Sentir alguém que se ama daquela maneira é uma mistura de emoções e principalmente quando se tem tanta saudade, tanta falta, tanto menos no calculo. Quando Victoriano iniciou os movimentos, uma onda de calor subiu mais forte do ponto do prazer, irradiando por todo o corpo e causando um prazer sem igual. A cada investida o corpo pede mais e mais, na busca do clímax do prazer, mas Victoriano, vendo que Inês logo sucumbiria ao orgasmo, diminuiu os movimentos.

- O que está fazendo? Me deixe ficar por cima...- Victoriano impediu o movimento de Inês, a segurando pelos dois pulsos, com força, e os aprisionando sobre a cabeça dela.

- Não precisa de pressa... - ambos se encararam. A face molhada de suor e vermelha de prazer foi o bastante para Inês entender que Victoriano só queria prolongar aquele momento, para que ambos chegassem no orgasmo juntos e como resposta, Inês o beijou. 

Depois disso não precisava de palavras. A paixão e o amor os guiaram a um dos sentimentos mais primitivos e mais buscados por um ser humano. O orgasmo com amor e paixão. 


UM MÊS DEPOIS - MÉXICO


No sofá do casarão, os filhos mais velhos estavam reunidos tentando entender como os seus pais conseguiram enganá-los e escapar.

- Eles entraram em contato com alguém... - disse Cassandra.

- Quem? Todos que temos intimidade estão envolvidos... Até mesmo Benigno. - disse Diana. 

- Talvez um conhecido do pai que não conhecemos... - disse Alexandre. - Um empresário da idade dele deve ter seus amigos empresários.

- E ele teria o numero de cor? - indagou Cassandra.

- Deixe de ser burra! - disse Alexandre dando um pequeno empurrão na irmã. 

- Que foi? - indagou Cassandra sem entender.

- Empresários tem empresas, empresas tem números e com o nome correto se pode conseguir o numero que quiser. Até mesmo da mãe de quem se procura. - disse Diana, levantando e andando até a frente dos dois irmãos. - De uma coisa podemos ter certeza. Eles nos colocarão de castigo para o resto de nossas vidas.


EM ALGUM LUGAR DO PACIFICO


 O sol estava delicioso. No ponto certo e o vento, trazendo o cheiro do mar, acalmavam a Inês a qual admirava o por do sol enrolada em um lençol branco, apenas. Victoriano abriu os olhos e procurou Inês, mas se debateu com os cabelos dela voando com o vento e o lençol branco cobrindo seu corpo nu. Depois de um tempo a admirando, ela sentiu o olhar dele e se virou par ao encarar com um sorriso terno e cheio de amor. Ela andou até ele com um sorriso safado e subiu sobre ele juntando suas intimidas o instigando a mais um momento de paixão. Mas, antes havia coisas para se falar.

- Bom dia... - disse Victoriano depois de receber um beijo na boca.

- Hoje chegamos ao México... 

- Está planejando o melhor castigo para nossos filhos? - Inês sorriu e negou com a cabeça.

- Estou planejando um reencontro de tirar o folego. - eles se beijaram e Victoriano a jogou para o lado, subindo sobre ela com cuidado.

- E posso saber o que minha esposa planeja? - ela sorriu.

- Isso somente depois de uns orgasmos... 

Ambos sorriram e iniciaram o dia de vento e polpa.

UM CAPITULO PARA O FIM (Continua)

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