e me atropela
e não para
e não para
nem se desculpa
nem olha pra trás
segue corredia
para saltar
e cair de pé
no chão de terra
tapete de flores rosas
da paineira
não tem casa
nem coleira
não se engane se
deixa que lhe afague
fera assim
com dentes e garras
não tem dono
tem leveza
graça
alma e liberdade
incomoda
olhar amarelo de desvario
e no segundo outro
com olhar doce
a me oferecer o pelo macio
macio
concede a mim essa grande honra
de afundar minha mão domesticada
em sua plumagem de esfinge alada
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Na Companhia da Poesia
KöltészetPoemas sobre sonhos, sobre inquietações, sobre celebrar as pequenas alegrias, sobre se assombrar um pouco, sobre provocar um tanto. Principalmente, sobre se viver poesia. A imagem de capa é um detalhe da tela A Primavera, de Botticelli, c.1482. No d...