Favo e Mel

Favo

Favo era um jovem esperançoso que sonhava em ter uma esposa bonita, dedicada e que lhe amasse de verdade. Estava cansado das pretendentes interesseiras e que se ofereciam para ele. Sua família era grande e muito unida, apesar das riquezas que possuíam não eram esnobes e mesquinhos, vivia com seus pais, três irmãs e três irmãos. Vestia calça social, blusa branca de manga comprida que escondia toda extensão de seus braços e não dispensava o suspensório, ele tinha uma coleção com variados tipos, cores e estampas. Ele adorava comer frutas direto do pé e sua ideia para o futuro era morar em uma fazenda e ter várias árvores de diversas frutas diferentes. Sempre que podia ia para um lugar calmo, debaixo de uma árvore frutífera, e lia algumas páginas de algum livro.
Sentia-se muito solitário às vezes, pensava que já passava da hora de casar-se e formar uma família, grande de preferência.

Mais uma tarde de céu limpo e sol brilhante, os pássaros estavam animados e a cidade agitada, não havia sequer resquícios de nuvens e o frescor de primavera predominava e o cheiro das flores era perceptível para quem prestasse atenção. Favo resolveu ir caminhar em um lugar mais calmo como de costume, procurou por alguma planta que melhor o agradava. Percebeu então que era apaixonado por tudo que envolvia folhas verdes e plantas de grande porte.
Aproximou-se de uma árvore cheia de frutos e viu que ali tinha uma garota encostada se saboreando, seu cabelo longo e negro caía por cima dos ombros delicados cobertos pelo vestido cor de leite com um chapéu da mesma cor. Ele nunca havia sentido seu coração acelerar tão rápido por uma garota que ele nem se quer viu o rosto, sentiu-se desconcertado mesmo com ela de costas, vulnerável e sem perceber que estava acompanhada de um jovem desconhecido. Mesmo nervoso se aproximou, ele queria uma daquelas frutas e não estava ao seu alcance. Talvez isso não fosse tudo.