Favo e Mel

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A partir do dia do piquenique, foi adicionado mais uma pauta na rotina: beijo. Qualquer oportunidade que surgia eles se beijavam e Favo passou a tomar mais cuidado com a menina, não estava em cogitação fazê-la se sentir vulnerável ou envergonhada. Ele sabia que começar um, quase, namoro escondido não era uma boa ideia, as pessoas poderiam enxergar aquilo com outros olhos. Mel era uma moça de respeito. Ele, finalmente, percebeu que ela também gostava dele e se sentia ainda melhor e mais a vontade ao seu lado. Conseguia enxergar o brilho no olhar da garota e o sorriso involuntário toda vez que se aproximava.

-Mel, já perceberes que tem uma colmeia na nossa árvore?

Ela o olhou desconfiada, preferia as abelhas longe e preferia não se aproximar do inseto, estavam em seu habitat natural e os invasores eram eles.

-Já havia visto, não acho que seja um boa ideia mexer.

Ele sorriu. Tudo vindo dela fazia ele sorrir, mesmo não tendo graça alguma. Ela não era muito diferente.

-Tenho quase certeza que está vazio, venho observando por um tempo e não vejo nenhum inseto ali.

Mel continuava receosa mas estava quase se rendendo a loucura de mexer com a cachopa.

-Eu derrubo enquanto tu corres, alcanço-te depois.

-Seja rápido.

A garota se distanciou e o jovem derrubou com um galho grosso e saiu correndo, quando a alcançou, levou-lhe no colo até outra árvore distante. Deitaram-se no chão e riram como de costume.

-Não vi nenhuma abelha.

-Com a velocidade que estavas correndo não poderia mesmo ver.

-Acho que já podemos voltar para lá, não?

-Desde que nenhuma abelha me pique.

-Vêm.

Caminharam de mãos dadas de volta enquanto conversavam. O sol estava radiante, o calor não era excessivo por conta das plantas, a estação era o verão, tudo parecia muito belo.

-Olha! Está vazio e... Olha!

-Isso é Mel?

-E isso é... Favo?

Eles se olharam e deixaram o riso fluir. Favo sentia que aquele era o momento, a caixinha estava em seu bolso contra sua perna.

-Mel. Somos nós. Favo e Mel. Um não existe sem o outro.

Ele se ajoelhou e abriu a caixinha com alianças.

-Tu fazes-me feliz e eu te amo, sei que tu sente o mesmo. Aceita-me em sua vida? Casa-se comigo?

-Sim, sim. Claro que sim. Eu também te amo.

Trocaram as alianças e Favo passou o dedo no mel, assim como a jovem, passou em sua boca e ela fez o mesmo. Depois se beijaram embaixo da árvore, a árvore do amor, a árvore que simbolizava o amor de Favo e Mel, a grande mangueira.

Favo e MelWhere stories live. Discover now