Die Walküre

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"Por que você não pode me escutar pelo menos por um segundo!?"

"Porque você é o meu subconsciente sendo idiota!"

Tom odiava o jeito como sua voz ecoava naquele lugar. Na verdade, Tom odiava aquele lugar como um todo. Ele odiava a luz, os móveis bonitos, a atmosfera quase que de sonho e, acima de tudo, ele odiava a única outra pessoa ali além de si mesmo. Sendo honesto, o homem era a principal razão para ele odiar tudo. Se não fosse por seu pai – ou a cópia que seus sonhos criaram dele -, Riddle quase teria gostado daquela sala: ele gostava da organização e da quietude dali, no fim das contas.

"Eu não sou!"

"Então é ainda pior!" disse Tom, rindo alto ao ver como o rosto do trouxa ficou tenso com irritação. "Se você não é o meu subconsciente, então você é um trouxa nojento. Acredite, é muito melhor você ser parte da minha mente, muito mais fácil para eu o tolerar. Caso contrário, eu já o teria matado agora..."

As sobrancelhas do homem se franziram e ele pareceu quase desesperado ali. Riddle teve que se conter para não rir de novo.

"Você não pode matar alguém duas vezes," o trouxa murmurou, sua voz finalmente perdendo a tonalidade forte de antes.

"Podemos ver isso. O sonho é meu, posso matar quem eu quiser dentro dele," ele falou, virando-se e andando até a lareira, observando as fotografias ali. "Não posso matá-los de novo, mas posso matar você outra vez." Ele apontou para uma foto de um casal de jovens noivos, antes de erguer os olhos para ver a mandíbula do homem parecer ficar tensa. "Você deveria aprender a esconder as suas fraquezas, pai. Posso lhe garantir que não era a minha intenção matá-los até você começar a entrar em pânico quando viu a minha varinha. Depois daquilo, foi muito tentador... Machucá-los para machucar você."

"Tom, por favor..." O homem deu um passo na sua direção, mas ainda parecia que havia algo o segurando. Medo, muito provavelmente. "Eu não peço muito. Só não vá até Hogsmead... Não é como se você fosse lá muito..."

"Para alguém que deixou o filho apodrecendo em um orfanato sujo por tantos anos, sim, você está pedindo muito." Tom deu de ombros e suspirou, dramaticamente. "Oh, por favor, por favor, por favor... Você gosta de implorar, não? Implorar para não machucar os seus pais, implorar para que eu não o matasse, implorar para que eu não vá até Hogsmead. Estou começando a me irritar isso. Deixe-me pedir um favor," disse Tom, estalando a língua. "Me deixe em paz. Eu já pedi isso, mas você não parece entender. Volte para o canto escuro da minha mente da onde você saiu e me deixe em paz."

"Tom..."

O garoto suspirou. Ele estava realmente cansado de todos os 'Toms' e 'por favor' e os olhares tristes do trouxa. Era incrivelmente irritante e ele estava tentado a puxar a sua varinha e lançar um Cruciatus nele apenas para ver se conseguiria parar com aquelas frescuras e olhos cheios de lágrimas.

"Estou cansado de você e de suas súplicas, Sr. Riddle," disse Tom, enfiando a mão no bolso e tirando a varinha dali. Um sorriso repuxou o canto de seus l'åbios quando ele viu o rosto do homem ficar mais tenso assim que ele viu o objeto. "Fico me perguntando se repetir o que fiz em 1943 vai fazer meu subconsciente entender que eu não quero você andando para lá e para cá nos meus sonhos." Ele girou a varinha nos dedos. "Parte dos meus sonhos ou não, sua reação ainda é a mesma. Você sabe que deve ter medo disso. Isso é bom, mostra que não é tão ignorante quanto eu pensava. Você sabe que deve temer magia, sabe que está abaixo disso." Tom olhou o pai dos pés a cabeça. O trouxa estava prestes a dar um passo para trás; suas mãos estavam tremendo e parecia que estava ao ponto de começar a chorar. Bom, não seria uma surpresa. "Não se preocupe, é só um sonho." O rapaz sorriu, erguendo a varinha e a apontando para o outro. "Cruci-"

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