Capítulo 25

3.4K 415 56
                                    

Você e eu só temos que ter um pouco de paciência

Eu disse: Doçura, não se apresse

Pois as luzes estão brilhando

Você e eu temos aquilo que é necessário para dar certo.

Patience - Guns N'Roses



Emmett

Dessa vez eu não a segui.

Trinity precisava de espaço e mesmo que eu estivesse preocupado e temendo o que ela pensaria, me forcei a ficar no mesmo lugar, apenas observando-a correr, escada acima.

Passei a mão no meu cabelo em frustração, sentindo o olhar de algumas pessoas queimando a minha pele.

Todos estavam malucos para saberem o que realmente tinha acontecido, mas eu estava pouco me fodendo para a curiosidade deles. O que de fato me importava, era o dia que eu sairia desse inferno.

Ouvi o som que vinha do andar de cima e imediatamente entendi o que ela fazia... Tocava para aliviar a mesma coisa que eu estava sentindo e eu não a julgava por isso, muito pelo contrário, se ela quisesse eu faria companhia, mas sabia que Miles desejava me ver o mais longe possível dela e não infligiria minha terrível presença a alguém que não a queria.

- Ela está tocando?

Um dos caras me perguntou e eu fiquei pesando minhas opções, ignorar ou falar qualquer merda para me ver livre da conversa.

- Está.

- Me parece uma música nova... Nunca tinha ouvido essa. E uau, a voz dela é mesmo linda.

Ele disse e eu me vi cerrando as mãos em raiva... O motivo, eu já não sabia.

- Eu sei.

- Claro que sabe. Aquela música de vocês dois é uma das melhores combinações que já ouvi.

A nossa combinação era muito mais do que apenas em uma música. E eu estava completamente ciente dessa verdade se infiltrando em mim. Fazendo seu caminho e me levando para baixo, onde eu admitia que estava ficando louco por ela e que poderia perder o fio da razão mais rápido do que pensava.

- Valeu. – Agradeci a contragosto, ouvindo a voz da Miles, que me invadia e fazia sentir coisas totalmente fora de controle.

- Como tudo vai ficar?

Que merda ele achava que eu era? Amigo dele?

- Não faço a menor ideia.

Saí de perto e fui para o jardim, no mesmo lugar em que eu sabia conseguir ver a varanda dela perfeitamente.

Seria uma benção vê-la tocando, enquanto eu passava um inferno interno, observando-a se entregar totalmente a algo tão mágico como a música. Já tinha presenciado isso, aquela vez no estúdio, e me sentia como um drogado, a procura da mesma sensação novamente. Ansiando por mais uma libertação, mesmo que ela fosse totalmente momentânea.

Sua silhueta era visível, por mais que a distância a tornasse um pouco borrada aos meus olhos. Não queria correr o risco de me aproximar mais e acabar por ser descoberto. Nos últimos dias eu tinha me visto saindo sorrateiro do meu quarto, apenas para arriscar vê-la mesmo que de relance, olhando a lua. E com essas escapadas, aprendi o local exato no qual ela não me notaria, mas da onde eu conseguia absorver todos os seus movimentos.

Louca por Emmett, Nas batidas do Amor, 1Where stories live. Discover now