Capítulo 47

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Zach e Ashley foram, cambaleantes, em direção aos fundos e todos me olhavam como se eu fosse sofrer uma parada cardíaca ali mesmo. Talvez eu fosse.

A campainha toca e eu me levanto esperançosa para atender, isso tudo poderia me ajudar a esquecer os problemas.

Caminho em direção a porta e abro a mesma. Sabe aquelas cenas de filmes que quando você abre a porta, começa a entrar milhares de pessoas na sua casa, animadas e gritando? Então, eu quase fui esmagada agora.

Alguém, no final da fila de pessoas, se mantinha de costas. Os cabelos castanhos meio reluzentes, com as mechas loiras se misturando ao pôr do sol. Eu estava a espera de Connor, mas nada me impedia de saber mais sobre ele.

"Olá Dylan!", falo tentando chamar a atenção do garoto.

"Ah, oi!", ele diz virando-se com um cigarro entre os dedos e soltando a fumaça pela boca.

"Não sabia que você fumava", falo o olhando curiosa, na verdade eu não sabia de nada sobre ele.

"Também não, comecei hoje", ele diz me encarando e abaixando a cabeça para olhar o vans preto nos pés.

"Você quer entrar?", pergunto tentando ser gentil.

"Acho que não fui convidado para essa festa", ele diz sendo sincero e arruma o cabelo com as mãos.

"Então veio até aqui por quê?", pergunto curiosa, era tudo tão misterioso que eu não me importava de ficar ali, daquele jeito, por mais de uma hora.

Dylan parecia estar pensando em uma resposta conveniente. Ele jogou o cigarro no chão, pisoteou o mesmo e começou a vir em minha direção passando pela porta e adentrando minha casa.

Zach não mandava em mim... e eu iria jogar do seu próprio joguinho. Dylan vai participar dessa festa.

'~'

A casa estava mais cheia do que parecia ao olhar da porta, algumas pessoas estavam sentadas nos degraus da escada e outras ficavam dançando com copos vermelhos nas mãos.

"Eu preciso encontrar o Gabriel", falo olhando em volta e encarando Dylan em seguida.

"Vai lá, vou ficar por aqui mesmo", ele diz apontando com a cabeça para o barril de cerveja e olhando para algum lugar além da multidão.

Comecei a andar pela casa a procura de Lewis, algumas pessoas ainda me olhavam feio mas eu precisava concertar o que tinha feito com meu melhor amigo.

"Vocês viram o Gabriel?", praticamente grito para os meninos que estavam jogados no sofá... e agora acompanhados.

"Já pensou em olhar no seu quarto?", Corbyn, o único sem uma garota do lado, diz me encarando.

"Nós estamos brigados, lembra?"

"Tem idéia melhor?", ele pergunta com uma cara de "Eu sei que você não tem, então vai logo ver se ele não está no seu quarto".

Começo a andar em direção ao meu quarto. Além da baixa iluminação, algumas pessoas estavam sentadas nos degraus, o que dificultava ainda mais a minha escalada até o quarto.

Empurro a porta branca e acendo a luz do meu quarto, era bom estar no meu canto, sem ninguém pra me olhar estranho ou me criticar.

"Não sabia que você estava aqui", Gabriel diz saindo do banheiro e fechando a porta.

"Pode ficar se quiser"

Conversar com ele já havia se tornado algo estranho pra mim.

"Melhor não", ele diz indo em direção a porta.

"Gabriel", falo sem pensar. Ele me encarava agora.

Conseguia sentir meus olhos marejarem.

"O que foi?", ele pergunta tentando manter o semblante sério no rosto.

"Me desculpa, me desculpa por tudo isso. Eu coloquei o Connor na frente da nossa amizade e percebi a burrada que cometi... Eu te amo", limpo meu rosto com as costas da mão e tento estabilizar minha respiração.

Gabriel vem em minha direção e passa seus braços pelo meu ombro, encostando seu queixo em minha cabeça.

Eu nunca dizia "Eu te amo" pra ninguém, era difícil dizer isso para meus pais e falar para o meu melhor amigo era muito mais complicado.

Ficamos abraçados no meio do quarto e matando o tempo perdido.

Mas como tudo o que é bom dura pouco... De repente, alguém começa a dar socos na porta como se quisesse nos matar.

E talvez eu saísse morta hoje.

Like a UnicornWhere stories live. Discover now