CAP. 1 - CARLA FAUSTINO

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Olá. Vamos fazer mais essa jornada juntas, meus amores?

Estou muito feliz por começar a escrever este livro e espero que ler a história de Carla e Dante seja uma experiência tão especial pra vocês quanto está sendo pra mim escrevê-la.

Peço que adicionem às suas listas de leituras para ajudar a divulgar a história. Segue um capítulo bem longo para apresentar um pouco da Carla para vocês.

Beijos da sua amiga Danielle Viegas Martins (Tess91)

Capítulo ainda não revisado

Carla despediu-se de seu chefe que saiu cantando pneus para atender a mais um chamado da esposa que dizia ter entrado em trabalho de parto

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Carla despediu-se de seu chefe que saiu cantando pneus para atender a mais um chamado da esposa que dizia ter entrado em trabalho de parto. Torcia para que não fosse mais um alarme falso de D. Juliana. Seria o sexto e sentia que os nervos de Seu Amauri estavam em frangalhos. Ele lhe entregou as chaves da oficina e partiu rumo à maternidade do outro lado de Marechal Hermes, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Carla gostava de trabalhar ouvindo música. Admitiu pra si mesma que se empolgava sempre que ouvia a música Pesadão da cantora Iza. Simplesmente adorava a voz poderosa da cantora e a música a ajudava a esquecer um pouco o cansaço do corpo. Além disso, os fones a ajudavam a esquecer toda aquela loucura de Carnaval em que se transformava a comunidade em que morava e assim conseguia se concentrar melhor nos motores e nos outros componentes dos veículos que tinha que consertar. Colocava seu celular no bolso do macacão azul, escolhia uma playlist e começava a examinar e testar os possíveis problemas que afetavam o desempenho dos carros que eram trazidos para a assistência da Oficina Flor de Lis onde trabalhava há cerca seis meses, desde que perdeu quatro das cinco casas que faxinava durante a semana.

Três de seus melhores clientes a dispensaram por eles mesmos terem ficado desempregados. Procurou por novos clientes e até reduziu o valor que cobrava por uma faxina, mas depois de ver todas as suas escassas economias se perderem em menos de três meses sem conseguir novas diárias aceitou que a recessão no Brasil era realmente grave e viu que precisava tentar algo novo. Fazia faxina desde os dezenove anos quando precisou ajudar o pai com as despesas da casa após seu irmão ser preso. Seis anos se passaram desde então e o sonho de voltar ao curso de Serviço Social se perdeu, pois o prazo máximo que podia ficar com a matrícula trancada eram quatro períodos. Quando o telegrama com a confirmação do jubilamento chegou à sua casa, ela chorou sozinha em seu quarto e pensou na mãe a quem prometeu que se formaria.

D. Miriam era uma mãe carinhosa e que mostrava aos filhos que tudo que acontece na vida tem uma razão de ser. Sempre ensinou aos filhos que, por mais que eles passassem por dificuldades, que não deixassem de estender a mão àqueles mais necessitados que eles quando pudessem. Ela os ensinou a agradecer a Deus até mesmo pelas derrotas, pois elas traziam consigo um aprendizado que os deixaria mais perto do que queriam conquistar. Nada justificava para perderem a fé e a esperança de que podiam conquistar seus sonhos. Carla herdou a fé inabalável de sua mãe em Deus. D. Miriam era  conhecida por ser uma costureira formidável. Tinha muitas madames da Zona Sul como clientes e guardava metade de tudo que ganhava em uma poupança para os filhos. Ela faleceu aos quarenta anos no dia do aniversário de catorze anos de Carla. Fazia tratamento contra as fortes dores nas articulações que foram diagnosticadas como artrite, mas, na verdade D. Miriam tinha lúpus. Era por essa razão que Carla, nunca comemorava seu aniversário e também evitava falar sobre o assunto. Assim, parecia que aa saudade da mãe ficava menos intensa.

SEGURE A MINHA MÃO E NÃO SOLTEWhere stories live. Discover now