Capítulo 18 ✔

4.2K 367 0
                                    

Entro no local e vejo Victor deitado no chão com a mão direita algemada em uma barra de ferro presa do teto ao chão, seus lábios estão rachados e secos, em sua coxa direita à um pedaço grande de vidro cravado, seus dois pulsos estão cortados e tem muito sangue espalhado pelo chão, seu nariz sangra sem parar, os nós de seus dedos estão todos roxos e machucados.

Corro até ele e vejo que seu olho esquerdo está roxo e inchado, com um grampo de cabelo consigo abrir a algema, em seguida tiro o vidro de sua perna e nem forças para reclamar de dor ele tem, tiro meu casaco e faço um torniquete em sua perna para estancar o sangue. Tiro meu cinto e faço outro torniquete em seu pulso esquerdo. Rasgo um pedaço de sua camisa e faço a mesma coisa do pulso direito.

-Como ela conseguiu fazer isso com você? -pergunto mais para mim do que para ele.

-Ela ameaçou você e Eloysa. Ela só fez depois que eu estava algemado. - ele tosse um pouco e fala bem devagar.

-Shhh guarda forças. - pego um emaranhado de lençóis que estavam jogados no chão e coloco em baixo de sua cabeça, Victor me observa e sorri fraco pra mim.

Minha redenção.

Eu mato você Violetta.

-Desculpa. - ele sussurra com os olhos tristes.

-Calma, eu vou te tirar daqui. - procuro meu celular mas não o acho em nenhum bolso em mim. -Espera eu volto logo. - beijo sua testa e corro para a parte de trás da casa, meus cabelos molhados grudam em minha pele. Acho o celular caído no chão, corro até ele e ligo para Roberta, passo minha localização e ela diz que já estava a caminho, peço para que ela ligue para uma ambulância.

Assim que desligo volto para o quarto onde Victor está e aperto mais os torniquetes, olho para ele que continua sorrindo fraco, mas seus olhos estão se fechando e seu sorriso diminuindo, o desespero toma conta de mim.

-Não faz isso comigo Victor, olha pra mim. Abre os olhos, abra por mim amor, por nós, por favor. - ele fecha os olhos e não os abrem mais.

Começo a soca-lo e sacudi-lo para reanimá-lo grito seu nome e nada. Minutos depois Roberta entra correndo com os médicos e ela me afasta de Victor, percebo que estou chorando muito, Roberta me abraça forte e eu me deixo ser consolada.

Os médicos começam a tirar Victor do quarto e o colocam numa maca e correm para a ambulância que está do lado de fora da casa.

Deve ter uma entrada de carros aqui perto e eu nem percebi.

Vejo minhas mãos cobertas pelo sangue de Victor e meu coração se parte.

Roberta me entrega uma camiseta preta e eu visto.

-Porque seus cabelos estão molhados? - ela pergunta e me entrega uma toalha.

-Ela tentou me matar afogada. - levanto uma sobrancelha, e limpo minhas mãos na toalha.

-A senhorita é o que dele? - um dos médicos pergunta chamando minha atenção.

Olho para Victor deitado desacordado na maca e percebo que ele só está assim por minha culpa, por meus problemas e teimosias pois desde o começo eu sabia que ele, alias eu não era pra ele, ele é bom demais, então tomo uma decisão.

-Chefe. - respondo e Roberta me olha confusa e eu a ignoro.

-Tudo bem, pode vir conosco. Ele está bem ruim e precisamos correr. - falou o senhor apressado.

-Não, eu tenho que resolver uma coisa, Roberta vai com ele. - aponto para Victor deitado na maca sendo cuidado pelos médicos.

-Eloah, nossa equipe vai achar ela, eu coloquei os melhores para achá-la. - ela me olha estranho e da um passo na minha direção.

-Cancela, eu mesma vou achar essa vadia. Me dá a chave do seu carro. - peço e ela me entrega.

-Meu carro tá naquela direção. - aponto para o caminho cheios de árvores. -Eu não sei aonde está a chave, deve ter caído por aí na confusão.

-Mas Eloah... - sigo em frente e jogo a toalha suja de sangue no chão, corro em direção ao carro e acelero, saindo de ré.

Não sei para onde estou indo e nem que direção estou, apenas sei que Violetta irá me seguir.

Uma chuva forte começa, relâmpagos iluminam as ruas, trovões ecoam por toda a cidade, no velocímetro marca duzentos por hora, estou tomada pelo ódio.

Continuo dirigindo e quando pego a avenida principal olho pelo retrovisor e um carro me segue, sei que é Violetta, a vadia me seguiu afinal. Entro no túnel escuro iluminado apenas pelas fracas luzes em suas próprias paredes de concreto. Não presto atenção na avenida meus olhos estão fixos no retrovisor, especificamente no carro atrás de mim.

Quando volto meus olhos para a estrada um animal passa correndo em frente ao meu carro, eu grito apavorada ao ver uma árvore a minha frente.

_________________

E agora?

Décimo oitavo capítulo com atualizações 🌹

Eloah Rivera: A Rainha Da Máfia 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora