Capítulo Cinco

326 57 2
                                    

No quentinho daquela sala, Jaehyung esperava pacientemente Younghyun voltar enquanto tentava parar algumas lágrimas que ainda insistiam em sair. Depois de ser acalmado pelo mais novo, Jae foi levado, pelas portas do fundos da cafeteria, para um quartinho que Kiyo usava para descansar e dormir nos dias de faculdade. Younghyun havia entrado em uma sala menor, e tudo o que se podia ouvir era o som de panelas caindo.

Demorou mais ou menos uns dez minutos para que o mais novo aparecesse novamente na porta, com os cabelos bagunçados e uma caneca na mão. Aquilo fez Jae sorrir um pouco. Quando foi-lhe entregue a caneca grande de chá, Younghyun se sentou num banquinho em frente à pequena cama. Estavam frente a frente, mas nenhum parecia ter coragem para dizer alguma coisa.

Foi preciso Jaehyung terminar uns três goles do chá para que Younghyun pudesse dizer alguma coisa.

- Se sente melhor? - ele perguntou, vendo o mais velho mostrar os olhinhos inchados para si. O loiro assentiu, voltando a focar em sua bebida. - Eu não quero parecer intrometido nem nada. Mas você... parecia bem antes de ir atrás da Jiwon. Eu só queria... entender o que aconteceu.

Jaehyung suspirou e colocou a caneca sobre o chão, após terminar a bebida, e encarou o mais novo. Younghyun tinha os olhos repletos de preocupação, e aquilo o deixava chateado. Jae gostava tanto do Kang que se sentia mal por deixá-lo daquela forma. Principalmente por preocupá-lo com algo que era apenas um problema na cabeça do próprio loiro, algo que deivia ter sido enterrado há muito tempo.

- Está tudo bem. Você não precisa se preocupar. - tentou ser convincente em suas palavras, mas nem ele mesmo tinha certeza de quando tudo ficaria bem. - Devemos ir?

Ele logo se levantou, rapidamente, sendo acompanhado pelo mais baixo. Ele não esperou pelo outro, apenas se direcionou à porta por onde entraram. Sentia que se continuasse falando sobre aquilo, ele voltaria a chorar e quanto mais chorasse mais preocuparia Younghyun. Por isso, ele queria fugir. Podia parecer forte, mas na verdade ele não era. Ele sempre fugia, assim como naquele momento. Jaehyung não conseguia encarar seus problemas.

Quando pensou em abrir a porta, sentiu a mão ser segurada pelo mais novo. Enquanto sua mão estava fria, a dele estava quentinha. Sentiu o coração acelerar, e a respiração tornou-se pesada. Quando virou-se, o viu tão próximo de si que não conseguiu não recuar uns dois passos para trás. Younghyun parecia não ter percebido a tensão que havia ali, pois continuava intacto.

- Eu sei que não somos próximos, mas fazemos parte do mesmo grupo agora. - ele começou, apertando a mão do mais velho de forma gentil. - Se você precisar de um ombro para chorar, ou de alguém para desabafar, contar suas dores, você pode contar comigo. Eu.. vou estar aqui por você.

Jae não conseguiu conter um sorriso. Aquilo só o fazia acreditar que ele amava Younghyun demais, mais do que ele mesmo podia imaginar; e aquilo o assustava um pouco. Tudo o que queria poder fazer era puxá-lo para seus braços e enchê-lo de beijos gentis. Mas sabia que não era apropriado fazer aquilo num momento como aquele. Por isso, com a mão livre, apenas acariciou o cabelo do mais baixo. Younghyun pôde jurar que sentiu o coração parar por um milésimo segundo. Até mesmo prendeu a respiração. Sua cota de coragem tinha acabado quando segurou a mão de Jae, e agora tudo o que ele queria era correr para longe e se esconder.

- Eu devia levar você para casa? - o mais velho disse, segurando a mão do Kang com mais força e o puxando para fora daquele quartinho.

- Por que você faria isso?! Eu quem tenho que tomar conta de você hoje. - Younghyun resmungou, tentando não se importar com as mãos unidas ainda.

Os dois ficaram naquela pequena discussão divertida de quem deveria levar quem para casa. Aquilo durou o tempo suficiente para que chegassem em frente à cafeteria. Soltaram as mãos quando as pessoas começaram a aparecer na rua, mas o sorriso de Kang Younghyun durou pouco assim que viu uma imagem conhecia para si.

What Can I Do | DAY6Où les histoires vivent. Découvrez maintenant