o quebra-nozes.

03. a minha liberdade

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manhã de natal, 1880
zona de combate | aos dezessete anos

Ele estava ali, na mesma posição de horas atrás, as mãos em minha cintura, uma das pernas dobradas entre as minhas e o rosto tão próximo que aparentava um beijo sem fim.

Naquela manhã natalina, diferente de todas as outras, eu não sentia um mínimo de frio, pois abaixo do cobertor eu sentia o corpo de Min Yoongi agarrar-me com carinho.

Minhas mãos ainda pousavam-se aconchegantes em seu peito nu e eu conseguia sentir perfeitamente suas batidas se acelerarem neste amanhecer. Com seu corpo junto ao meu, podia literalmente sentir que ele me ansiava tanto quanto eu o fazia.

Ainda com os olhos pesados demais para serem abertos, senti a gata brincar com o meu rosto delicadamente, talvez cautelosa com medo de cortar a minha bochecha.

— Pare, Effie, eu quero dormir mais um pouco — eu resmunguei, erguendo a mão para afastar as patas de minha gata.

— Já diziam-me que eu parecia com um gato — abri os meus olhos alarmado, percebendo que as patinhas que antes achei ser minha gata, eram os dedos de Yoongi alisando a minha pele.

Não era meramente um sonho.

— Bom dia, meu bem — ele me disse, abrindo um sorriso e piscando os olhos vagarosamente, antes de fechá-los por alguns segundos, mostrando que acabara de acordar.

— Bom dia — eu sorri em reposta, fazendo a ponta dos meus dedos irem e virem em seu colo — Está se sentindo bem? — perguntei, ainda preocupado com os resquícios da batalha.

Ele foi em direção a minha clavícula e deu um beijo tão vagaroso quanto molhado.

— No momento mais bonito de minha vida — ele disse sorrindo enquanto olhava diretamente para mim.

— E eu posso saber o porquê? — eu disse sorrindo precipitado, enquanto fazia círculos ao redor de seu mamilo rosado.

— Porque o meu príncipe finalmente chegou — ele sussurrou próximo aos meus lábios.

— Disseram-me que príncipes só podiam estar com princesas — eu o disse hesitante, com os olhos direcionados ao seu corpo.

— Isso não é verdade, Jimin. As pessoas podem estar com quem quiserem — a cada palavra que ele dizia, eu sentia seu corpo tocar mais ainda no meu — Principalmente se for questão de amor.

— Então podemos ficar juntos, Yoongi? — eu perguntei novamente, sentindo todo o meu corpo pedir a mesma coisa em clamores.

— Não só podemos como vamos, Jimin. Eu já não estou agradável com a ideia de que em algum momento deste dia teremos que sair desta cama, imagine deixar-te sozinho neste mundo — e beijou a ponta de meu nariz, dando um mínimo sorriso.

— Com os ratos derrotados, você tem livre acesso ao País das Bonecas novamente?

— Finalmente. Pelo que ouvi, já poderemos partir hoje para lá, todos já estão eufóricos com a ideia — ele disse, o rosto não conseguindo esconder a felicidade.

— Eu também estou — sussurrei sorrindo.

Ouvi um miar perto de mim e vi Effie brincava com a caixinha de presentes que eu havia ganhado de Tio Drosslmeyer.

— Alteza, já acordou? — ouvimos uma voz grave do lado de fora dos aposentos cortinados e eu gargalhei vendo Yoongi bufar.

— Vamos fingir que não, vem — ele me disse, enterrando a cabeça em meu pescoço e fechando fortemente os olhos.