VI. Pequena Flor { Marcelo }

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"Eu sei que pode parecer loucura
E até meio cara-dura vir assim na aventura
E te falar da formosura que teu sorriso traz
E que mesmo sem ouvir tua voz eu penso em nós

Você faz raiar o bem em mim
Não dá pra esconder o quanto eu tô afim
Pequena flor, pequena flor"

(Gabriel Elias)

— Mamãe, por que a gente não ficou mais? – a garotinha choramingou, abraçando as pernas da mais velha enquanto subiam o elevador. A mãe afagou seus cabelos com carinho, admirando aquela figura de cachinhos descabelados, suada e adoravelmente suja: era sinal de que havia se divertido à beça! Mas, aparentemente, não o bastante... – Eu e o Cris ainda íamos brincar no escorrega mais uma vez!

— Porque já tá tarde, meu amor... O Bento já tá quase dormindo, olha só...– explicou, apontando o bebê cujos olhinhos quase se fechavam no colo do pai – Até a Valerie já tava dormindo na hora do parabéns, você não lembra?

— Mas ela é bebê! – a pequena bufou, abrindo os bracinhos, e dessa vez foi o pai quem não conteve uma risada.

— Isso mesmo, e você já é uma moça, não é, Maria? – brincou, os olhos castanhos apertadinhos pelo sorriso levado que lançava à filha.

— Eu já tenho uma mão cheia! – ergueu a mãozinha, exibindo seus cinco dedos com muito orgulho.

— Linda do papai! – o homem não aguentou a fofura, bagunçando ainda mais os cabelos da menina que em tanto lembravam os seus – Lu, você abre a porta? – pediu à esposa, já que as mãos andavam ocupadas com um certo rapazinho exausto.

— Amor, você sabia dessa história de Nacho e Isco serem cunhados agora? – a mulher se lembrou de perguntar, parecendo surpresa – Deve ser engraçado isso, namorar irmãs...

— Ih, sabia... – Marcelo riu, entrando em casa com Bento – Isco ficava choramingando por causa da Ale há meses, ela deixou ele de quatro...

— Igual eu fiz com você, né! – a mulher sorriu, mostrando as covinhas, e ele não pode negar – E o Gareth todo bobo, Marcelo? – a mulher sorriu, assim que deixou os sapatos próximo à porta, prendendo os cabelos em um coque alto – Achei que na hora do parabéns ele ia explodir de tanto sorrir... – gargalhou.

— Demais! – o moreno riu, lembrando-se da carinha babona do amigo a cada gracinha da filhota que completava um ano naquele dia – Mas ele é o pai mais babão, se deixar manda foto da Valerie o dia inteiro pra gente...

— Até parece que você não é assim também. – sorriu de canto, enquanto tirava as presilhas que enfeitavam o cabelo da filha – Fica quietinha só um pouquinho, querida... – pediu, e a menina cruzou os bracinhos, impaciente – Quando a Maria nasceu tirava foto até dela espirrando!

— Ela ficava fofa espirrando! – o homem se defendeu, sentando-se no sofá com o filho sobre o peito, para só então checar se Bento de fato dormia – A rinite não veio de mim, a culpa é sua... – implicou, e a mulher não deixou de rir.

— E agora fica gravando cada gracinha do Bento! – completou, o que de era um fato: Marcelo simplesmente não passava um segundo sem registrar cada novidade sobre o filho.

— Meu goleador! – o jogador beijou o topo da cabeça do filho, sem contestar o que era uma verdade absoluta.

— E quem vai colocar o goleador pra dormir, hein? – Luciana provocou, e viu o rosto do marido se transformar naquela expressão travessa que era tão típica dele.

GalácticosWhere stories live. Discover now