capítulo-6

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A garota projeta seu corpo ao lado de seu amante, ou seja qual for a ligação deles, e segura seus ombros, sigo a rota da flecha e reconheço o atirador, percebo quê a seu foco era Adelyne, que teria sido acertada, se Kayle não tivesse interceptado o tiro, infelizmente, usando a si próprio, "mas com a rapidez do projétil, que outra escolha ele tinha?", um homem segurando um arco de madeira entalhada com um misto de desprezo e raiva no rosto, arma outra flecha e a dispara, dessa vez a corto com a espada antes quê atinja o alvo:

- O quê está fazendo?- pergunto com raiva- Abaixe essa arma agora.

- Senhor- responde fechando as mãos envolta da arma, e a abaixando com relutância- essa... mulher, é uma bruxa.

Volto a encarar a menina debruçada sobre o rapaz, ao ouvir o termo "bruxa" ela desvia a atenção por um segundo e se vira com os olhos brilhando de ódio, para os homens agora amontoados juntos:

- Não fale sobre o quê não conhece.

- Isso é uma ameaça?- fala erguendo novamente o arco.

A conversa é interrompida por mais um protesto de dor vindo de Kayle, dessa vez Adelyne se vira bruscamente e volta a acalma-lo:

- Olha pra mim, certo?- fala acariciando seu rosto- isso vai doer um pouco.

Entao ela segura o cabo da flecha e puxa, seus olhos se esbugalham e o rapaz emite e grito de dor quê mesmo abafado faz alguns dos presentes fazerem caretas em empatia, ela apoia a cabeça dele em seu colo e corta uma parte do vestido fazendo uma atadura improvisada, e não muito útil, o sangue continua a escorrer por entre os panos:

- Ele precisa de ajuda- continua, olhando para mim ainda com uma certa compostura, mas com os olhos suplicantes- por favor.

- Esse rapaz foi vítima de magia negra- acusa outro soldado do meio dos outros- não se aproxime senhor.

Hesitei em ajuda-lo, mas eu sabia quê aquilo não era magia, pelo menos não dá forma quê achavam:

- Não sejam covardes- falo me abaixando perto de Kayle- vamos, me ajudem.

Olho para os homens, alguns fazem menção de se mexer, mas ao ouvir os murmúrios e acusações de outros desistem, o homem com o arco, olha para outro e faz um sinal de aproximação, os olhos de Adelyne ficam esperançosos, os meus também ficariam, se eu não soubesse o quê o sinal significava.

Um grupo se aproxima, ergo a espada na direção deles, mesmo sabendo do inutilidade do gesto:

- Não ouse- ameaço me erguendo.

- Senhor- fala Halevi surgindo detrás deles como uma sombra- se não abaixar essa arma agora, será acusado de traição.

Senti minha confiança oscilando, abaixei o braço calmamente e olhei para a Adelyne, algo diferente estava em seus rosto, medo, e eu sabia porque:

- Senhorita Adelyne Tyllet- começou Halevi, quê encarava o chão com vergonha- está  presa, pelo uso de bruxaria perante a várias testemunhas.

Ela arregala os olhos e protesta quando dois soldados a agarram e prendem suas mãos as costas a afastando de Kayle:

- Você...- sibila em minha direção- Cretino.

Então Hale se vira pra mim e me encara com dificuldade:

- E General Michael, está preso por conspiração, com a bruxa e provavelmente com o regente quê a mandou.

Cerro os punhos quando os prendem as minhas costas, e me levam para perto da garota quê não parou de insistir e chutar:

- Fique quieta- murmurei para ela- só vai piorar as coisas desse jeito.

Ela me encarou com raiva, mas parou de se debater e ergueu o queixo:

- E para esse pobre rapaz...

- Ele não tem nada a ver com isso!- interrompeu Adelyne- Ele precisa de cuidados...

-Quieta- Falou um dos soldados- não precisamos de seus feitiços, bruxa.

Ela cerrou os olhos com força e trincou o maxilar:

- Kayle Woordy- continuou- acusado de conspiração, será igualmente julgado- ele parou por um momento e encarou a figura suplicante da garota- após receber os cuidados médicos adequados.

Um fio de tensão se partiu e finalmente respirei normalmente, ela soltou um suspiro de alívio, dois homens ergueram o corpo agora quase inerte de Kayle, quê respirava com dificuldade, e também o caixão com o rapaz desconhecido e levaram para longe de nós, então Halevi nos olhou uma última vez antes de dizer:

- Levem-nos.

2- Crônicas Elementares- Terra e ArOnde as histórias ganham vida. Descobre agora