Capítulo 15

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''Nem que eu lute contra mim todos os dias. As coisas vão mudar.''

— Caio F. Abreu.

Darya

Eu não sabia dizer se estava de volta ao tempo certo, as coisas ao meu redor estavam diferentes, meu quarto já não era o mesmo, agora eu estava em um quarto ainda maior com bastantes pelúcias ao redor.

Confusa caminho até uma prateleira onde um porta retrato se encontra, nele mostrava uma foto de família onde estava minha mãe, meu pai e eu, um sorriso se abre em meu rosto, eu havia conseguido...eu havia salvado minha mãe:

—Princesa você gostaria de...—Me assusto com a entrada repentina da mulher em meu quarto.—Desculpe se te assustei princesa, eu estou aqui para saber se gostaria que as cozinheiras fizessem biscoitos de chocolate para seu encontro com o Príncipe Henry.

—Com quem?—Perguntei totalmente confusa.

—Princesa, se esqueceu de seu encontro de hoje com o príncipe Henry para decidirem os preparativos do casamento?—A confusão em minha mente apenas piorou, como assim? De quem era o casamento? E quem é Henry?

—Casamento de quem? Henry?

—O seu casamento. Princesa você está bem hoje?—Eu não sabia dizer se sua pergunta era pela a minha cara de espanto, ou se minha cara demonstrava minha completa repulsa pela situação, como assim eu iria me casar?.

—Eu estou ótima, apenas me sentindo um pouco estranha.—Coloco todo meu esforço em tentar não demonstrar a situação de meus sentimentos no momento.

—Seu pai me falou que está passando por problemas para superar a morte de sua mãe...—As palavras da mulher desmontam toda a minha feição calma, dando lugar ao quanto eu estava confusa.

—Como foi a morte da minha mãe?

—Sei que não gosta que os serviçais se metam na sua vida princesa, mas eu gostaria de dizer que estamos com você.—Eu ainda não conseguia entender do que ela estava falando, acho que ela percebeu isso pois logo em seguida continuou suas palavras.—Nós entendemos sua dor, também perdemos pessoas importantes nessa guerra.

—Eu não entendo do que se trata essa conversa.—Sentia tudo em minha volta girar, com minha mente saindo de meu controle.

—De qualquer forma me desculpe.—A mulher parece entender algo completamente diferente do que estou dizendo.

—Eu gostaria de saber, onde estamos?—Perguntou a impedindo de sair do quarto, fato que a assustou um pouco.

—Como assim?—A mulher me olhava como se eu estivesse ficando maluca, e eu realmente estava.—Estamos no seu quarto?!—Faço sinal para que ela continue.—No castelo?!

—Ok.—Falo tentando pouco a pouco entender como as coisas chegaram até aqui.—Agora me diga de que guerra está falando e como assim minha mãe morreu.

—Princesa está me assustando.—A mulher tenta abrir a porta e novamente eu a impeço.

—Apenas me diga.—Minha voz sai mais estridente do que gostaria.

—A guerra entre os seres sombrios que já dura dois anos.—Ela explica com seu olhar sempre na porta como se tivesse com medo de que a qualquer momento eu fosse atacá-la.

—Continue.—Minha voz sai tal como uma ordem.

—Onde sua mãe morreu após ser atingida por um dos sete feitiços proibidos.—Naquele momento minha força caiu por terra, já não tinha força sequer para segurar a porta e me esforçava para ficar de pé.

—Eu quero ver meu primo Eros ago...agora.—Minha voz falha na última parte.

—Temo que não seja possível princesa, seu primo está em terra firme na casa do pai.—Me afasto da mulher lhe dando a chance de sair.

Eu não havia conseguido, como isso é possível?, eu mudei tudo para as coisas acontecerem da maneira correta, então porque tudo se encontra errado?, precisava de Eros aqui para me dizer o que estava errado, para responder minhas perguntas do porque as coisas não saíram como o previsto. Pensa Darya, pensa, o que poderia ter levado as coisas por esse rumo?, caminhando de um lado para o outro tento organizar meus pensamentos, como assim eu estava prestes a casar com um cara que eu nem sei quem é?

Preciso conversar com alguém, mas quem?, já sei! Bryana ela já sabe que sou uma sereia então ela pode me ajudar a pensar no que fazer, mas não sei como fazer para sair daqui eu nem sequer sei onde esse castelo fica.

Me jogo na cama já cansada de andar de um lado para o outro, eu só queria estar agora na praia em frente de minha casa, deitada na praia, escutando o doce barulho das ondas.

E como uma sensação estranha a cama embaixo do meu corpo parece sumir dando lugar a uma sensação arenosa, quando volto a abrir meus olhos estou na praia, era como se meus poderes tivesse respondido aos meus pensamentos.

Me levanto rapidamente, agora que estava aqui precisava ir o mais rápido para a casa de Bryana, precisava achar uma solução para tudo a minha volta, quando cheguei a mesma estava saindo de casa:

—Ainda bem que te encontrei em casa Bry.—Paro à sua frente enquanto tento acalmar minha respiração.

—Quem você acha que é para chegar falando comigo assim? Eu nem sei quem você é, garota.—A voz de Bryana era diferente, ela parecia falar de uma maneira mais fina de modo a parecer estridente.

"Eu nem sei quem você é..." O peso de suas palavras caem sobre mim, como assim Bryana e eu não nos conhecemos, e o que havia acontecido com a garota na minha frente? Bryana agora vestia uma roupa que claramente era bem chique, ela estava usando um salto alto, e seus cabelos caiam em mechas completamente lisas, como se tivessem sidos recém pranchados:

—Bryana, eu preciso de sua ajuda.—Em um ato impensado levei minhas mãos até seu braço como sempre fazia antes, mas ela rapidamente se esquiva.

—Agora me escuta aqui, primeiramente pra você é senhorita Bennett, em segundo lugar quem ajuda pobre e ONGs.—Definitivamente essa não era a Bryana que eu conhecia.—Agora poderia me dar licença que meu namorado deve quase estar chegando para o nosso encontro.

—Eu posso pelo menos falar com seu irmão.

—Aqui garota qual é a sua? Qual o seu problema?

—E que eu e seu irmão somos amigos.—Tento pensar em uma mentira rapidamente, Francis com certeza me ouviria.

—Isso pra você é algum tipo de brincadeira?, você realmente não sabe se por no seu lugar.—A voz dela continha todo um ódio, que eu nem sequer sabia de onde vinha.

—Eu realmente estou falando sério.

—Ah claro que está.—Revira os olhos com completo deboche. —Então você fala com os mortos?

—Não entendi.

—Porque só assim para você ser amiga do meu irmão, porque ele está morto.—Sua voz continha um humor ácido.—Está feliz agora? Por me fazer relembrar, muito obrigada.—Ela desvia o rosto para esconder o olhar marejado.

—Ei Bryana, vamos.—Um homem grita ao parar com o carro.

Antes que eu possa dizer qualquer coisa a garota se retira de minha frente indo em direção ao carro, me deixando sozinha com o coração aos cacos, como assim Francis havia morrido?.

Ali mesmo me deixei cair de joelhos, as lágrimas quentes escorriam por meu rosto, minhas mãos tremiam com a incapacidade de fazer algo, até mesmo minha respiração se tornou mais difícil de manter regular.

A Princesa Perdida das Sereias (Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora