Capítulo 2

870 77 162
                                    

"Se eu não pensasse naquilo, não estaria acontecendo. Era assim que eu lidava com a maioria das coisas nos últimos meses.

— Dezesseis Luas."

Darya

Devido ao pequeno incidente na aula de Biologia que deixou a sala completamente molhada e um polvo à solta, o restante das aulas de hoje foram canceladas me fazendo ter que ir mais cedo para casa, ainda com indagações do que aconteceu na sala de aula e como eu causei aquilo.

Tranquilamente abro a porta de casa mas diferente dos outros dias em que tudo se encontrava silencioso, hoje havia duas vozes em uma conversa que mais parecia uma discussão a primeira voz consegui identificar como a do meu avô já a segunda parecia ser de alguém que eu não conhecia o que eu estranhei já que eu conhecia a maioria das pessoas dessas cidades:

—Eu estou aqui para ajudar.—A segunda voz grita me fazendo dar um leve salto assustada.

—Não precisamos da sua ajuda.—Meu avô tinha um tom de voz forte decidido.

—Sim, vocês precisam, eu não estou aqui apenas porque eu quero...longe disso, eu estou aqui porque sou necessário.—Meu avô permanece em silêncio apenas ouvindo o dono da segunda voz.—Você sempre soube o que aconteceria quando ela completasse seus 18 anos.

—Só não esperava que as coisas mudariam tão rápido.

—Os poderes dela não poderiam ficar inertes por muito tempo, ela é muito poderosa e...—Em uma tentativa de me aproximar e entender o que eles estavam falando me aproximo mais e acabo esbarrando algo, fazendo barulho sem querer o que parece chamar a atenção deles.

—Darya?—Meu avô grita da sala para entender a origem do barulho.

—Sou eu vô.—Grito de onde estou e logo em seguida como se eu não estivesse ouvindo a conversa deles a alguns minutos a caminho até a sala.—A aula para minha turma acabou mais cedo, problemas com polvo.—Finjo indiferença.

Parados em minha sala se encontrava meu avô e um garoto que aparentava ter a minha idade ambos com um olhar de preocupação que meu avô parece tentar esconder ao me ver, meu olhar passa para o garoto ao seu lado com uma feição séria de quem sabia muito da vida apesar da pouca idade que aparentava ter e seus olhos verdes pareciam indecifráveis:

—Ah...eu ainda não os apresentei.—Meu avô diz ao ver meu olhar confuso sobre o garoto.—Esse é Eros seu...—Ele parece pensar bem antes de completar sua frase.—...Primo.

—Primo?—Pergunto confusa já que minha mãe era filha única, sendo assim não possuía irmãs ou irmãos para me dar primos.—Como assim primo?

—Ele é filho da sua tia por parte de pai...—Ok, toda essa história estava conseguindo me deixar cada vez mais confusa.

—Como assim do meu pai? ele tinha uma irmã?—Meu avô nunca havia me contado esse fato, eu sabia que meu pai havia morrido em uma viagem alguns meses antes de eu nascer mas nunca chegou ao meu conhecimento que ele tinha uma irmã.

—Sim, seu pai possuía uma irmã.—Quem me responde é o garoto que se aproxima.

—E porque eu nunca soube desse fato?—Questiono agora olhando diretamente para meu avô.

—Não era um fato importante, levando em conta que sua tia mora em um lugar de difícil acesso.—Meu avô parecia escolher cuidadosamente as palavras que usaria.

—Obrigado senhor Doug por me ceder o quarto de hóspedes para que eu pudesse ficar aqui.—Eros se dirige ao meu avô.

—Ele vai ficar aqui?

A Princesa Perdida das Sereias (Concluído )Donde viven las historias. Descúbrelo ahora