XXIX - Todos os tons de rosa

212 34 21
                                    

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Graças aos preparativos do Dia da Cultura Estrangeira, que estava sendo organizado pelas professoras de Inglês, Artes e Geografia, mais da metade dos alunos não estavam presentes na classe, o que levou minha professora de Biologia a desistir de da...

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Graças aos preparativos do Dia da Cultura Estrangeira, que estava sendo organizado pelas professoras de Inglês, Artes e Geografia, mais da metade dos alunos não estavam presentes na classe, o que levou minha professora de Biologia a desistir de dar aula ao restante da turma e dedicar sua total atenção à suas redes sociais.

Enquanto Rosa trançava algumas mechas do meu cabelo e as decorava com pequenas presilhas holográficas, me peguei pensando sobre o meu futuro. Passei tanto tempo presa aos ideais da minha mãe que, agora que estava livre para decidir, não fazia ideia de como trabalhar com o imenso leque de opções que havia sido aberto apenas para mim. O que estava por vir na minha vida me apavorava ao mesmo tempo que recarregava minhas energias e me deixava extasiada.

— Então... — Sondou Maiara, agarrando a ponta de um dos meus dedos e brincando com ela. — Você sabe que uma das minhas mães, a Anna, é agente social, né?

Assenti.

— Ela está organizando um baile careta e formal pra arrecadar fundos para o asilo que vai acontecer no sábado e — ela parecia estar corando, mas graças a pele negra, o rubor era mil vezes mais discreto do que o que costumava tomar conta do meu rosto —, bem, queria saber se você quer ir comigo.

Havia algo diferente nela essa manhã. Não era nada físico, mas sim uma certa inquietação latente e intrigante. Maiara mordeu de leve o canto do lábio inferior e levantou os olhos para o meu rosto, esperando uma resposta para o convite.

— É claro que eu vou — respondi, sorrindo.

Maiara também sorriu, liberando o ar que estava preso nos seus pulmões. Minha memória, por alguma razão, viajou ao dia em que Dr. Amira disse que não haveria nada de errado se eu fosse lésbica. Mas eu não queria pensar nisso. Queria afastar esse pensamento e queria que minhas bochechas parassem de corar instintivamente quando me lembrava dele.

— Como você vai? — Levantei a cabeça e me dirigi à Rosa, fugindo da minha própria mente.

— Ah — Rosa alternou o olhar entre mim e Maiara —, eu não vou. Minha mãe tem um compromisso e me deixou de babá do André.

Manual (muito útil) de como sobreviver ao Ensino Médio - Segundo AnoWhere stories live. Discover now