2° LIVRO DA TRILOGIA "Manual (muito útil) de Como Sobreviver ao Ensino Médio".
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No final de 2017 as coisas ficaram um pouco turbulentas, mas o ano, felizmente, não foi uma total perda. Agora, um ano mais velhos e um pouco mais experientes...
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Maiara espreguiçou-se e deitou a cabeça no meu ombro. Os ruídos do refeitório barulhento pareciam ter cessado, ao menos para mim, já que as bocas das dezenas de adolescentes continuavam se movendo tão rápido quanto antes. Faziam apenas quatro dias desde que tínhamos nos beijado na sacada do Salão de Eventos e, desde então, não havíamos tocado no assunto. Mas não era como se eu pudesse desligar meus pensamentos e evitar achar que aquele beijo havia significado muito mais para mim do que para ela.
Portanto, sempre que Maiara me tocava, procurava uma forma de me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse o perfume doce de vinagre de maçã que os seus cachos exalavam. Naquele momento, eu estava tentando, com todas as minhas forças, manter a atenção na voz da Lorena.
— Os pais da Julie vão estar na casa dos avós dela nesse fim de semana — explicou a garota enquanto mexia de um lado para o outro sua comida. Não importa o quanto eu me recupere dos distúrbios alimentares, nunca irei achar normal alguém comer frango assado às nove da manhã. — Então já que ela está super grávida e pode trazer uma criança ao mundo a qualquer momento, estávamos pensando em fazer um chá de bebê.
Todos pareciam escutar atentamente. Rosa, Catarina, Carol e Alice, balançavam a cabeça esporadicamente para incentivá-la a continuar falando. Enquanto Gustavo e Bernardo apenas assistiam à reunião um pouco perdidos.
— Mas nós não temos onde fazer — acrescentou Camila.
— Isso — continuou Lorena, como se não fosse nada demais. — Também precisamos encomendar salgadinhos, fazer docinhos e comprar salsicha para o cachorro-quente.
— Por que vocês não fazem na casa do Fred — sugeriu Alie.
— Com os pais dele lá? — Exaltou-se Caroline, transformando toda a situação em uma grande tempestade em copo d'água, como sempre. — Não vai rolar não. O Tio e a Tia são super caretas e já quase mataram o garoto quando descobriram da gravidez. Imagina se ouvem o tanto de merda que a gente fala.
Gustavo olhava de uma para as outras como se estivesse assistindo uma partida de ping-pong.
— Vocês podem fazer lá em casa — ofereceu ele. — Toda festa é sempre lá mesmo. Duvido que essa vá fugir muito do controle.
