Passado

3.2K 441 134
                                    



Ao contrário do que eu esperava, no exército não havia indisciplina, bebedeiras e nenhum tipo de intemperança. Uma Potestade, um de meus superiores, havia me mostrado as instalações do Campus 6 pessoalmente e apresentado as regras das quais Vitor me falara e ainda outras, que tinha haver com meu corpo.

O campus não era nada com o que eu imaginara. Afastado cerca de 30 quilômetros da cidade, com prédios de até três andares, com acessos a natureza em várias partes. Havia campos de jogos esportivos, piscinas, campos de treino ao ar livre, trilhas. Muitas árvores. Todos usavam uniformes em variados tons de cinza, verde, preto, marrom e vinho. Nenhuma cor vibrante. Os prédios eram extremamente frescos com suas grandes janelas e paredes de vidro refletivo. Os prédios pareciam ter sido construídos de forma a se misturar ao ambiente. Em seu interior, a luz que entrava era controlada.

Mas desde o primeiro momento percebi sua atmosfera familiar do Campus 1 da Academia. Eram as potestades e sua influência que proporcionavam essa sensação. Nosso líder aqui gostava de ser chamado apenas de Sargento. Ele usava uma espada longa presa à cintura. Tinha os braços, peito, costas e pescoço coberto de tatuagens. A cabeça raspada, um alargador de cobra na orelha e a tatuagem de dragão estampada no rosto. Vestia roupas escuras, e possuía aquela sombra que todos eles têm no olhar.

Assim que chegamos, Vitor se identificou no portão, onde havia dois homens em uniformes completos. Tatuagens de serpente à mão. O Sargento tomou a cadeira do motorista quando chegamos e apresentou-me as áreas diversas do meu novo lar. Por fim, nos levou até o alojamento.

Os alojamentos estavam no centro do campus. Eram casas baixas, muito abertas, em meio às árvores. Entrava muita luz nas casas, mas vi que havia persianas nas janelas. Andamos mais alguns metros até uma casa em forma de L e estacionamos. Seu pé direito tinha cerca de três metros. As paredes eram acinzentadas, tinha muito vidro, telhado embutido e muitas árvores em torno da casa, que a tornava sombreada. Havia alguns arbustos floridos, pedras no caminho até o deque da varanda e havia espaço para dois carros estacionarem.

Saímos do carro e Vitor foi até o bagageiro e pegou minha mala. Os cactos estavam em minhas mãos. O Sargento tomou a palavra:

- As casas são apenas para os soldados que fazem parte de equipes, como será seu caso.

Ergui as sobrancelhas. Eu tinha uma equipe? A voz do Sargento era firme e pouco amigável. Ele parecia ser um tipo perigoso.

- Vitor será seu mentor. E como ele já deve ter dito, há algumas regras a cumprir. Somos rígidos quanto a isso. Tenha em mente que qualquer informação que escapar daqui para algum conhecido seu será culpa sua, portanto você será punida.

- Sim, senhor.

- Além disso, sua alimentação mudará. Ao provar que está efetivamente disposta a servir ao General, sua saúde e seu corpo deverão estar em plena capacidade e forma para realizar a vontade dele. Para isso, qualquer alimento de origem animal será eliminado de sua alimentação como muitos outros industrializados. Além disso, você precisa cumprir os horários de descanso e estudos apropriados. E treino físico.

Não imaginei que teria uma alimentação tão restrita, já que levávamos uma vida mais desregrada na academia. Aquilo era sem dúvida, uma surpresa. Mas era o ideal. Eu estaria com minha capacidade física e mental plenos. Eu não poderia oferecer menos ao meu General.

- Do mais, você irá dividir a casa com mais quatro jovens. Três rapazes e mais uma moça. Vitor é o líder desta equipe por hora. Não permitimos o desenvolvimento amoroso de membros da mesma equipe por questões óbvias. Mas tenho certeza de que isso não será um problema.

A Guerra dos Mundos Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang