Capitulo 8

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Louis nao conseguia parar de chorar. Ezra teve de ir dirigindo até a casa dele pra que tivesse certeza de que o amigo ficaria bem.

— Hey Lou... Nadine é do tipo de pessoa que precisa rebaixar a outra pra se sentir feliz consigo mesma. Se eu fosse você eu não me deixava abater por ela - ele falou, tentando consolar o menor.

— Obrigado por ter vindo Ezra - falou com a voz fraca, o queixo trêmulo e o nariz vermelho - desculpa não poder te levar em casa.

— Não tem problema algum, eu me viro. Fique bem, uh?

Louis assentiu e fungou, entrando em casa e passando por todos os cômodos até finalmente estar aqui m seu quarto, chorando sobre os lençóis.

— Louis? - Kim chamou, batendo na porta.

— Vai embora!

— Mas Louis, chegou uma carta da Universidade de Oxford - ela falou e entrou. Louis sentou-se na cama e fungou, limpando as lágrimas e pegando a carta das mãos da madrasta - o que diz aí?

"Lamentamos informar que sua inscrição pra Universidade de Oxford foi rejeitada"

— Eu nao passei - falou com a voz desapontada.

— Oh nao... - ela tinha um tom falso que faria Louis revirar os olhos se ele estivesse em seu perfeito estado de espírito - e você estudou tanto.

— Nem sei porque pensei que tivesse chance - falou mais pra si mesmo do que pra Kim.

— Oh Louis eu estou desolada. A vida é tão injusta. Mas veja pelo lado bom. Você tem um emprego pelo resto da vida.

E com isso, Kim saiu de seu quarto.

Tá bem, aquele dia realmente não podia piorar. Louis voltou a chorar compulsivamente, sentindo seu coração, sua mente e seu corpo doendo.

Quando se acalmou, Louis pegou uma mala velha que havia debaixo da sua cama e a abriu, vendo a luva de baseball de seu pai em primeiro lugar. A pegou e deu um suave sorriso, lembrando-se das tardes que eles passavam no parque jogando e se divertindo juntos. Logo em seguida havia uma foto sua e dele abraçados. Então veio aquele livro. O maldito livro de conto de fadas feito em couro preto. Na raiva, Louis jogou contra a parede e deixou lá. Fechou a maldita mala e colocou de volta debaixo da cama.

Nos dias seguintes, Louis ia pra escola com o casaco que era de seu pai, pra senti-lo mais próximo e também pra dar-lhes coragem pra passar pelos corredores aguentando todas as risadinhas, as pegadinhas e as palavras rudes que lhe pronunciavam. Harry olhava pro garoto de longe e suspirava, sem saber ao certo o que aquilo significava. Numa dessas vezes, Nadine tocou seu ombro.

— Gente que nem ele não pertence ao nosso mundo, Harry - falou a loira, recebendo um olhar indiferente do cacheado.

Na noite em que ouviu isso de Nadine, entrou no chat e ficou durante quinze minutos olhando para o teclado.

Querido Louis, eu quero começar isso

E parou por aí. Apagou tudo o que iria mandar e voltou a apenas encarar a tela do computador. As vezes se pegava lendo as mensagens antigas, sentindo-se vazio.

•••

Louis is de mal à pior. Não sentia mais motivação pra nada, muito menos pra levantar da cama. Fazia isso forçadamente e com muito pesar. Naquele dia, ele começou a limpar o chão e acabou escorregando. Com muita raiva, acabou tirando os patins e jogando-os em um canto.

— Louis, o que esta fazendo? - perguntou Paul, aproximando-se do garoto.

— Eu estou tentando limpar esse chão.

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