XVI- Como é seguir em frente?

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NARRADO POR UM DESCONHECIDO.

— Nossa, como esse dia está lindo! — Aline disse, com um grande sorriso, observando os raios solares atravessando a cortina de seu novo quarto.

Há dois meses a vida deu um empurrão na vida de Aline, com a morte de Víctor, tudo parecia o fim! Mas aquilo era só um recomeço na vida de Aline. Ela colocou toda sua dor aplicada em mudanças, ela procurou uma casa simples, e ela achou, ela comprou um carro, e começou a fazer terapia. Todas as terças e quintas Aline ia a uma ONG de apoio à pessoas com HIV, e ela começou a escrever um livro.

Mas afinal, Aline estava bem? Não, ela apenas trocou o fato de sentir a dor da perda, por se ocupar. E ela também tomou a decisão de adotar uma criança, mas ela ainda está na fila de espera. Ah, mas e como estão os outros? Lucas não deixou Aline sozinha por nenhum instante, ele vem dormindo em um colchão no quarto dela, Leandro conheceu um garoto por quem está apaixonado e também começou a fazer história na faculdade, e por fim Lexie que acabou se mudando para morar com Aline, ela se tornou a nova "Emily" se assim podemos dizer. A conclusão disso é que a nova casa de Aline se tornou um albergue.

— Lucas, acorda! — Disse Aline, sentando no colchão em que ele estava dormindo. — Vamos, o dia promete ser bom e amanhã já é a Páscoa, você já comprou meu ovo?

— Você acha mesmo que eu esqueceria? — Ele falou sonolento, abrindo o sorriso. — Eu quase não te vi essa semana, meu trabalho estava muito puxado!

— É uma pena você trabalhar durante meu tempo livre e eu estudar durante seu tempo livre!

— Você não sabe o quanto eu esperei para te ver! — Ele murmurou sorridente, já totalmente acordado.

— E valeu a pena? —Ela indagou fazendo uma cara estranha.

— Claro que sim!

— Eu acho que você devia parar de dormir nesse colchão, por que não divide o quarto com o meu irmão?

— Eu quero ter a certeza que você está bem. Talvez quando tiver um ano da perda dele. — Ele disse sério e um silêncio se instalou, lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Aline.

— É difícil, eu pareço ótima, mas é por que eu estou me ocupando a todo instante! — Disse gaguejando.

— Eu sei, e é por isso que estou aqui... — Ele falou, resultando o sorriso entre os lábios. — Você já pensou que quando a adoção do nosso filho sair, ele não vai ter um quarto?

— Nosso filho? Eu vou dar um jeito, acho que vou ter que despejar alguém daqui. — Ela arregalou os olhos, e engoliu a seco. Lucas a olhou com uma cara séria, e deixou que sua alegria transparecesse.

— Sim, nosso filho, porque eu vou estar presente na vida dessa criança!

A casa nova que Aline havia comprado, se localizava em um bairro simples, e era um sobrado. Havia três quartos, sendo uma suíte, a cozinha era pequena, mas havia uma sala espaçosa e um pequeno quintal. Por dentro as paredes da casa eram brancas, o que Aline queria corrigir, e por fora era azul.

— Então vamos tomar café da manhã! — Disse Aline, após um grande espaço de silêncio encontrado no quarto.

— Vamos sim! — Respondeu ele.

Enquanto Aline se trocava no banheiro, Lucas se trocou no quarto, e logo após eles se dirigiram conversando para a cozinha onde estavam Lexi e Leandro.

— Que coisa de velho, ler jornal no café da manhã. — Disse Aline dando gargalhadas, se dirigindo a Lexie.

—Eu gosto de estar informada pela manhã, para não haver nenhum obstáculo no meu percurso! — Lexie falou olhando para todos que estavam sentados na mesa.

Destinado a AcontecerWhere stories live. Discover now