Minha maior alegria

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Notas do Autor

Então chegamos no penúltimo capítulo...
Espero que vocês gostem s2

O dia havia amanhecido frio mas com raios de Sol que davam uma leve aquecida no clima. Eu amava quando Paris ficava assim, e foi exatamente nesse clima que Deus me entregou nosso primeiro presente. Eu podia me lembrar claramente de como tudo aconteceu, de cada detalhe. De como aquela leve dor que eu sentia desde a noite anterior indicava na verdade a chegada do nosso primogênito, e de como fiquei aflita por não ter David comigo quando o médico disse que o cordão umbilical estava enrolado em seu pescocinho e por isso precisaríamos fazer uma cesárea para não correr riscos.

Me lembrava claramente de quando disse "Eu preciso de você aqui" entre soluços ao telefone com David. Talvez essas tenham sido as horas mais difíceis que passei na vida, mas elas vieram seguidas da primeira vez que senti o que era ser mãe.

Quando ouvi o choro do bebê - o choro do meu bebê - fechei os meus olhos e soltei o ar preso e meu pulmão. Um sorriso se formou em meu rosto e lágrimas imediatamente começaram a rolar pelo meu rosto. Abri os olhos e a enfermeira o trazia enrolado em uma toalha. Ele chorava muito e eu chorava também, mas de alegria. A enfermeira o colou junto ao meu rosto para que eu pudesse o ver melhor, e então eu pude finalmente ver o rostinho com quem eu sonhei durante todos aqueles meses. A vontade de segurá-lo em meus braços era maior que tudo, mas no momento a única parte do corpo que eu podia sentir era a cabeça. Eu ainda analisava seu rostinho em lágrimas, quando ele colocou uma de suas mãos em meu rosto. Assim que ele me tocou, parou de chorar, e isso me fez chorar mais ainda. Parecia seu jeito de dizer "calma mamãe, eu estou aqui" e desde então esse era seu papel em minha vida. Ser meu pequeno anjo, meu pequeno protetor.

O sentimento que invadiu meu peito assim que vi seu rosto era mais forte do que qualquer coisa já sentida. Então eu tive a certeza, que por aquela pequena pessoa eu seria capaz de fazer tudo. A única coisa que eu não seria capaz de fazer jamais, é amar alguém mais do que eu o amava. Todas as pessoas eu poderia superar. Mas não ele. Todo o meu conceito de amor, e tudo o que antes importava pra mim, mudou quando ele tocou meu rosto pela primeira vez. Isso se chamava "ser mãe", e o mesmo sentimento se repetiu duas vezes depois mas de formas diferente. Hoje eu era completa pois tinha meus três pequenos e o homem da minha vida comigo, mesmo com todas as dificuldades.

Eu viajava entre lembranças enquanto decorav o bolo de seu aniversário, o qual eu fiz questão de fazer, mesmo sabendo que tinha confeiteiras maravilhosas por Paris. Eu queria arrumar cada detalhe da festa com minhas próprias mãos. Deixei que Manu e Benjamin brincasse com a massa que havia sobrado do bolo para que se mantessem ocupados, e os dois já haviam sujado toda a sua roupa e rostos.

O aniversariante do dia havia saído sozinho com o pai. Foram assistir um filme de super heróis que estreiou há algumas semanas, mas que Nicolas fez questão de segurar a ansiedade para ir com o pai no dia do aniversário.

Assim que acabei de decorar o bolo os dois chegaram. Brincavam de lutinha e imaginei que estavam recriando as cenas que haviam assistido no filme. Logo Benjamin correu para se juntar a "batalha" e eu fiquei aflita com a possibilidade dele se machucar.

- Ei, vocês vão se machucar! - falei quando Nicolas tentava derrotar o irmão. - Acho melhor vocês pararem com essa luta e ir tomar banho. Vamos, os três pro chuveiro! Você principalmente, mocinho. - falei para Nicolas. - Daqui a pouco os convidados começam a chegar.

- Mãe, eu já tenho 7 anos! - ele disse impaciente.

- E...?

- E você não pode mais mandar eu tomar banho. Eu não sou mais bebê.

O meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora