Semana passada eu havia derrubado um copo na pia, um não, dois, ou melhor um copo e uma taça, é exatamente deste jeito que Harry se sente, quebrado, destruído e apegado ao fundo do poço, não adianta quão seja intensa a nossa felicidade, as coisas bo...
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- Mãe? Está tudo bem?
- Harry? Que diabos houve com você? Por que não atende minhas ligações? Quer me matar de preocupação?
- Não faz nem uma semana que estou aqui.
- Você não me ligou quando chegou, muito menos retornou minhas ligações.
- Eu espero que ele não esteja fazendo arte manhas para voltar. - diz uma voz no fundo.
Harry suspira e logo rebate:
- John está contigo, não é? - É possível perceber a frustração.
- Está sim, gostaria de falar de com ele?
- Por que você ainda me pergunta?
- Pare com isso, sabe muito bem que ele te ama...
- Ah preciso ir agora, mais tarde falo com vocês.
- Mas... - Ele encerra a ligação antes dela terminar a frase.
Harry respira aliviado, porém se assusta com a porta sendo aberta.
- Mano, toma um banho e coloca uma roupa decente, vamos ali tomar um café da manhã, não tive tempo de fazer nada. - diz Ramona rapidamente, fechando a porta logo em seguida.
Harry está parado em frente ao espelho encarando a sua imagem.
Ele observa primeiro os traços do seu rosto, suas olheiras praticamente tomam conta de sua face, junto com a pelugem que cresce por volta de seu queixo.
É uma espécie de paradoxo, pois costumam dizer que verde significa esperança, porém esta condição não inclui os seus olhos.
Ao retirar sua vestimenta, ele caminha em direção do chuveiro, deixando água morna entrar em contato com sua derme. Após um curto período, Harry retira-se do box e segue até o quarto, onde veste uma calça escura, assim como sua camiseta. Na cabeça dele, não há mais sentido usar cores, já que sua vida é um quadro tingido de preto.
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- Ai queimei a língua! - Exclama Ramona.
- Lamento.
- Está sem fome? Você não comeu quase nada.
- Só preocupação. - Ele diz enquanto mexe na comida.
