Irmãs Bennet - Série IMORTAIS - Livro 3

1 Grazzi

As dóceis e frágeis irmãs Bennet, era como nos chamavam. Grazzi e Lary Bennet, as gêmeas mais estranhadas já nascidas no mundo.
Ok, era um exagero, mas não tanto. Lary era a mais velha por 3 minutos, com seus 1,70 de altura, longos cabelos castanhos lisos e olhos castanhos claríssimos, corpo estupidamente esculpido, com seu bumbum arredondado e empinado, e seus peitos enormes, com a cintura fina. Minha irmã era gostosa, todos sabiam, e o principal, ela sabia.
Já eu... Tinha apenas 1,62 de altura, longos cabelos encaracolados, pretos, e olhos castanhos mais escuros do que claros. Fisicamente era parecida com Lary, e tínhamos a mesma altura, mas enquanto ela usava roupas que a valorizavam, eu preferia o conforto de uma boa camisa masculina e uma calça de algodão. Apesar de termos o mesmo rosto, tínhamos características completamente diferentes.
Mas enfim, nossos pais morreram em um acidente de carro, quando tínhamos 4 anos, desde então viemos passando pelas mãos de nossos familiares, nenhum deles queria de fato ficar conosco, mas apenas usufruir da pequena herança que havíamos herdado, alguns deles chegavam a cobrar um tipo de aluguel para morarmos com os mesmos. Após 10 anos trocando de casa, um tio, o mais velho, mais estranho e mais distante de todos, resolveu ficar conosco. Passamos a morar em um apartamento no centro, dividíamos o quarto e fazíamos as tarefas de casa, enquanto tio Alan trabalhava em seu escritório de advocacia.
Tio Alan, não era de muitas palavras ou gestos carinhosos, mas em nossos aniversários, sempre tínhamos um bolinho pequeno e um presente para cada uma, todo natal fazíamos uma pequena ceia, e ele comprava presentes para trocarmos, sempre dava a si mesmo lenços de bolso, ele tinha uma coleção de lenços. Ele bancava nossos estudos, e exigia apenas notas boas.
Quando fizemos 18 anos, arrumamos um emprego numa lanchonete, e com o pouco que ganhávamos, junto com a ajuda do titio, pagamos nossa faculdade. Lary fez engenharia da computação e se especializou em design de jogos e interfaces de programas e aplicativos, já eu, fiz secretariado executivo trilíngue, inglês, italiano e francês, e uma pequena especialização em gestão de pessoas e recursos.
Logo após nos formarmos, tio Alan veio a falecer, mas não antes de deixar seu apartamento e algumas outras poucas posses em nosso nome, aumentando nossa pequena herança.
Passados nosso período de luto, fomos em busca de emprego. Conseguimos, na mesma empresa, mas em setores diferentes. Lary seria júnior de um engenheiro sênior da empresa, enquanto eu seria assistente da secretaria do CEO da companhia. Valerians Interprese.
Um conglomerado, com ramificações em diversas áreas no mercado, porém mantendo seus maiores esforços no ramo da tecnologia, junto com as melhores marcas do mundo, Apple, Microsoft, Samsung, Mercedes e muitas outras. Antigamente, era Alexus quem comandava os negócios, mas seus sobrinhos assumiram a direção, quando o tio subitamente foi assassinado.
Uma morte trágica, que abalou a alta sociedade.
Tudo estava correndo perfeitamente bem, quando recebi uma súbita promoção, de assistente à, AP (Assistente Pessoal) do próprio CEO. Porém o problema maior, estava em saber à qual CEO, o contrato se referia. Por isso, nesse exato momento, estou caminhando a passos inseguros em direção a sala do chefe. Kate, a secretaria, e amiga, sorria me incentivando, mas também estava se roendo de nervoso. Graças aos céus, hoje eu tinha acordado cedo, arrumado corretamente o cabelo, feito uma mãe melhor e escolhido a melhor saia preta, com uma blusa de seda vinho de mangas ¾ e saltos medianos num tom nude.
Parei em frente a porta, bati e após escutar um “entre”, que fez todos os meus pelos se arrepiarem, entrei. Parei abobalhada, olhando para três espécimes perfeitos do sexo masculino a minha frente, ao redor da mesa. Todos tinham cabelos negros, e olhos ainda mais negros, pareciam esconder infinitos, dentro daqueles olhos. O porte físico era quase igual, mas todos eram, de algum jeito, únicos.
Damon, que eu sabia ser meu chefe, tinha cabelos lisos e curtos, formando m topete na frente, cavanhaque ralo, barba e bigode, dando-lhe uma aparência rustica e sensual, usava sempre ternos de três peças, na cor preta. Toda sua roupa era na palheta do preto, em seus vários tons e texturas, e gravata de seda preta.
Já o da esquerda, tinha cabelos lisos compridos, no meio da costa, presos, sequer olhava direito para mim, estava meio virado para a janela, dando-me a visão do seu perfil do lado direito. Usava um terno cinza claro, talvez algum tom metálico, três peças e costuras refinadas.
Mas o da esquerda, tinha cabelos na altura dos ombros, repicados e rebeldes, usava apenas duas peças que seriam parte de um terno, azul escuro, de linho, camisa branca, colete e calça azul, gravata de listras brancas delicadas.