Irmãs Bennet - Série IMORTAIS - Livro 3

18 Grazzi

Não tinha certeza de como as coisas tinham acabado desse jeito.
Os dias que se seguiram ao parto de Sansa foram confusos e passaram num piscar de olhos. Os Valerian deram uma sumida da empresa, e depois daquele episódio com Draco, após seu retorno à uma súbita viagem, não sabia o que pensar e muito menos como agir, por sorte dos irmãos, o mesmo ainda estava sumido, atuando em sua função de diplomata da empresa.
Ainda tinha em mente nossa conversa daquele dia...
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_ele é nossa família! – fitou-me profundamente – Damon se corrompeu se corrompeu, matou muitos, sim matou! E fizemos de tudo para termos Dante de volta, e agora que o tempos, não deixaremos nada acontecer! Meu irmão fará o que achar necessário, pois ficaremos aqui por muito tempo Grazzi, mais do que você pode imaginar, e quando não se tem a família por perto, a eternidade pode ser bem vazia!
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_não somos humanos, Grazzi, jamais fomos... Já nascemos assim!
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_somos apenas uma família! – Damon falou por todos – uma família com vampiros, demônios, alquimistas, magos, lobos, fadas assassinos, mas somos uma família!
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_não! Eu fiz o que achei necessário fazer e não pense que vou me desculpar por isso! E eu estou confiando em você! Lhe contando tudo sobre minha família, e tudo o que você pensa é em sair correndo deste quarto! – estreitou os olhos – eu sou um assassino, Grazzi, nasci assim, é quem eu sou! Agora que você já sabe... Pode ir! – fechou os olhos e jogou a cabeça para trás – não vou impedi-la de partir, porém não implorarei para que fique, eu jamais menti sobre como me sinto, mas se você não consegue confiar em mim, compreendo seu ponto de vista!
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_essa foi a última vez que toquei em você Bennet! – falou firme e frio – já que faz tanta questão da companhia e do toque de outros homens, para substituir o meu, sinta-se livre para satisfazer seus desejos! – virou-se e saiu à passos firmes.
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O mundo não era um lugar justo. Eu sentia empatia por ele, sabia que tinha muito mais por trás daquela história, muito mais sofrimento do que transparecera em suas palavras. De fato, ele fora sincero comigo, desde o início, porém não me contou o resto, mas em momento algum pensei que havia muito mais por trás daquela família.
Todas as noites pensava no Valerian, no seu toque, nenhum toque era igual ao dele, o jeito possessivo que sua mão me apertava, sua boca que reivindicava a minha, seu corpo que reivindicava o meu corpo e minha alma.
Depois daquele dia no escritório, estava completamente sem cabeça para qualquer outro maldito homem. Draco infeliz estava tomando cada espacinho da minha cabeça, dos meus pensamentos.
Suspirei por fim, tomando mais um gole, era fim de expediente, havia saído mais cedo da empresa e estava sentada no bar da Sangre e Fuego, com Arlekin me servindo, ele estava tendo uns dias ruins também, havíamos nos tornado bons amigos, desde que descobri que o mesmo é uma fada.

_ainda não acredito que você é uma fada... – murmurei sentindo minha língua maior do que minha boca, a fala tava meio embolada – mas deveria desconfiar de toda essa perfeição...

_sim eu sei! – sorriu, sentando-se ao meu lado – mas diga Bennet, qual seu problema?

_coração partido e você? – ele apenas fez um “dois” com a mão – você? Lindo desse jeito? Mentira...

_é uma merda... – resmungou – minha situação é mais complicada de resolver, mas a sua...

_é complicado... – ele virou seu uísque de uma vez e sentou-se de frente para mim.

_ele te ama! Conheço Draco tempo o suficiente para saber disso... Deixe-me explicar uma coisa, Grazzi, nesse mundo, só consegue sobreviver quem sabe quais cartas jogar e quando jogar... Vivemos aqui há muito tempo, por muitas vezes conseguimos nos manter seguros e viver tranquilamente... Porém quando nossos inimigos veem uma chance de nos atacar, eles atacam sem hesitar! Humanos ou não-humanos, todos vivemos em guerra, onde somente os mais fortes sobrevivem, é um jogo predatório! Sempre queremos o melhor para os nossos, mães querem o melhor para seus filhos, os maridos trabalham para dar uma vida melhor à sua família! – explicou tranquilamente enquanto servia-se de outro drink – veja eu, dei minha irmã em casamento à família Valerian, há muitos anos, porque era o melhor para ela!