15 Draco

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O dia já estava amanhecendo quando os gritos de Sansara finalmente cessaram. Foi uma noite difícil e turbulenta, desde desloquei das memorias de Grazzi, a mesma estava arredia comigo, o fato de Lary estar em pânico, de certo modo a estava distraindo de seu foco principal, que era discutir comigo. Ambas as Bennet, haviam ficado impressionadas demais com o parto, ainda mais quando Damon, ensanguentado e esgotado, chamou-me para ajuda no parto, Jacob não estava dando conta de estancar o sangramento e Dante estava priorizando o atendimento aos gêmeos, Caleb continuava sendo usado como bolsa de sangue, enquanto Cam, estava no seu modo sombrio e assustador, controlando os poderes dos bebês, que choraram enfurecidos.
Quando finalmente conseguimos estancar os ferimentos, outra situação se instalou, as crianças haviam mexido demais com a cabeça de Sansa, que estava visivelmente fora de si, não pronunciava uma sequer palavra em inglês, cuspia tudo em russo, e mesmo fraca, ela estava tentando ferrar com nossas cabeças; os bebês a estavam usando como arca, contra nós, se fosse em outro momento, todos nós estaríamos perdidos. Os dons de Sansara, desde que foi transformada, tem alguma semelhança com os meus, porém enquanto eu consigo apagar a memória, reavê-las do fundo da mente das pessoas, Sansa podia altera-las e invadir a cabeça das pessoas com apenas um toque na pessoa a qual ela deseja ler a mente, e conectar, como uma rede de distribuição de informações, as mentes das pessoas ao seu redor, nas dela. Se por alguma conspiração psicótica do destino, ela conseguisse entrar em minha cabeça, alteraria minhas lembranças e me manipularia a atacar a mente de todos a nossa volta, e isso seria bem trágico.
Foi então que Jace entrou em cena e depois de muito esforço conseguiu conter a cabeça confusa de Sansa e a fez voltar a si. Cam e Caleb limparam-na de todo aquele sangue e restos de placenta, enquanto Jacob ajudava Dante a prestar os cuidados necessários às crianças, antes de entrega-las à mãe; removemos todos para um dos quartos da mansão.
Quando entrei no quarto, acompanhado de meu irmão e Jacob, que traziam os bebês, avistei Sansa na cama, visivelmente exausta, lutando ferrenhamente para permanecer lucida e amamentar os filhos. Parecia, de fato, com uma mulher que acabara de colocar ao mundo duas crianças maravilhosas. O cheirinho de bebê é incrível, todos os vampiros amam bebês, o sangue novo, a carne nova, os fios de cabelo se desenvolvendo, o aroma era doce e convidativo, como um calmante.

_aqui, mamãe! – Jacob falou colocando nos braços de Sansa, o menino, mais velho – ele veio primeiro, impaciente, o dono daquele grito estrondoso! – o pequenino mexia-se agitado, nervoso, parecia impaciente no colo da mãe – não para um segundo, vai dar trabalho, nem precisei olhar o futuro dele!

_meu garotão... – ela murmurou com os olhos marejados – Dante... – o mesmo colocou em seu braço esquerdo, o embrulhinho menor, rosa bebê – minha princesa...

_plena e serena! – meu irmão falou olhando para o bebê de um jeito bobo – o oposto do irmão...

_e os nomes? – Caleb perguntou a esposa.

_meu menino será Ra’s! – Cam a olhou de olhos arregalados – Ra’s Al Ghul! – concluiu – um nome digno do herdeiro de Cambriel, filho de Arthur, filho de Daisuke, Senhor do tempo no Sheol!

_você sabe o significado desse nome? – perguntei por Cam que ainda estava perplexo.

_sim! – respondeu por fim – Arthur ficou com a mesma cara de idiota! – riu baixinho, fazendo o marido ficar vermelho – e quanto a nossa princesa, Caleb?

_Ariane! – respondeu.

_Laguertta Ariane! – acrescentou.

_um nome Viking? – perguntou Caleb – ela não parece ser tão inclinada a idiotices fatais como o irmão... – comentou recebendo um tapa do irmão – ai, Cam! – resmungou.

_não diga asneiras! – o repreendeu – será feito, minha pequena!

_nós vamos deixá-los agora! – Dante falou, dando um olhar significativo aos Collin, que sumiram num “Puff” no ar, e para mim em seguida – qualquer coisa, chamem-nos!

Assim que saímos do quarto, paramos no final do corredor perto das escadas.

_elas ainda estão aqui... – Dante murmurou.

_não é a hora! – suspirei pesado – Grazzi não aceitou muito bem a revelação de tudo isso, provavelmente está me taxando de mentiroso do século... E bem, creio que sua situação com Lary, não esteja muito boa, depois do que ela viu...

_são tantos problemas de uma vez... – resmungou passando as mãos no cabelo e os puxando – preciso de um porre, irmão!

_nós vamos! Vamos todos sair para beber! – Damon chegou passando seus braços por nossos ombros, colocando-se entre nós – Arlekin vem buscar Safira para o chá de bebê das fadas, algo do tipo, e ele nos deu aquela garrafa, com o liquido verde brilhante, que deixa qualquer ser vivo, totalmente fora de si!

_você deveria ser o mais sensato de nós, não? – Dante perguntou sorrindo – cuidar de nós, é seu trabalho!

_sim! Sim! – afirmou animado – e eu estou cuidado! Cuidarei de seus traseiros bêbados, quando não derem mais conta de ficar de pé! Estaremos em domínio de Arlekin, podemos confiar!

_sendo assim... – olhei para Dante – vamos enfrentar as feras, e depois vamos encher a cara, até dizer “x-burguer”!

Damon nos deixou ir em direção ao meu quarto, Safira já não se encontrava mais ali, apenas as irmãs que conversavam baixinho. Preferi reduzir minha audição e dar a elas privacidade, e a julgar pelo suspiro de meu irmão, ele também fez o mesmo. Bati na porta e entrei, afinal, ainda estava em minha casa, e aquele era o meu quarto. Grazzi e Lary estavam sentadas na cama, muito bem despertas, olhando-nos com um misto de receio, raiva, ressentimento, magoa e vários outros sentimentos escondidos ali.

_não vamos machuca-las! – Dante tomou a iniciativa – não precisam nos olhar como se fossemos dois psicopatas assassinos!

_quer que os olhemos como, então? – Lary rebateu – ou você não é um assassino? Mesmo com toda a mídia de Hollywood, vampiros ainda tem que matar para sobreviver...

_Lary, agora não! – Grazzi cortou a irmã – Draco, você pode, por favor, chamar um taxi? Precisamos ir para casa, a noite foi longa, e os ânimos estão exaltados!

Andei até a cômoda e peguei a chave de meu Mercedes azul escuro, e joguei para ela, que aparou no ar.

_pode ir no meu carro! – falei – não vou precisar dele nas próximas semanas!

_não posso aceitar... – ela se calou com o meu olhar.

_se quiser sair desta casa, vai ser no meu carro! – falei pondo um fim na conversa – não há espaços para discussões Bennet!

_você é tão prepotente... – resmungou pegando sua bolsa, e saindo da cama acompanhada da irmã.

_não quero ver sua cara tão cedo! – Lary falou, ao passar por Dante, que se manteve no mesmo lugar.

_creio que isso não está em discussão! – meu irmão comentou tranquilo.

_venham! – passei por ambas, e as guiei pelos corredores, descemos as escadas e fomos até a porta – até breve, Bennet! – falei após abrir a porta.

_não conte com isso Draco! – Grazzi falou antes de sair.

Seu olhar foi de “Adeus”, porém isso pouco me importava. Passei anos, amando-a a distância, conseguiria viver até o fim da vida dela, amando-a a distância novamente. Menina tola. Suspirei pesado ao retornar ao meu quarto.
Logo após o almoço, os Collin vieram levar os Dragomir de volta para Rússia, lá era o local mais seguro e reservado para os primeiros meses dos bebês. Acompanhamos Safira, quando Arlekin veio busca-la, e fomos para uma propriedade mais exclusiva dos Valerian, era um clube, só para vampiros, de alta classe, repleto de mulheres semi nuas dançando em mesas, muita bebida e várias outras coisas ilícitas, ali ninguém era obrigado a nada, nem mesmo as meninas, um “não” era realmente um “não” e os seguranças garantiam isso, mas se elas quisessem diversão com um cliente e depois receber por isso, quem éramos nós para proibir. Fomos para nossa ala reservada e nos isolamos ali, apenas observando a festa lá em baixo. Desde que saímos de casa, Damon trouxera consigo a garrafa dada a nós por Arlekin, como felicitação pelo retorno de Dante. Nosso irmão serviu três pequenas doses, do liquido verde que brilhava e mudava de cor.

_a família! – Damon fez o brinde, e brindamos antes de beber.

A última coisa da qual eu conseguia me lembrar: o nosso brinde.




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Bjs

Irmãs Bennet - Série IMORTAIS - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora