Capítulo 3

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Vi a mim mesma sem palavras, nada saia, nem mesmo uma "desculpa", ou mesmo um "oi".

"Que droga Mia! Fala alguma coisa... anda fala." - Ordenei a mim mesmo, mas ainda assim, nada.

Mais uma vez olhos nos olhos. Tentei engoli a saliva em minha boca, mas não havia saliva, só um caroço. Ele abriu a boca para dizer algo, mas também não disse nada, apenas abaixo a cabeça olhando para seus pés com um sorriso torto.

Voltou os olhos para mim, azuis, lindos e pareciam estar sorrindo. - "VAMOS MIA... DIGA ALGUMA COISA". - Meu subconsciente gritava. "Mas o quê?" - Tentava me lembrar do porque eu estava o olhando, do porque estávamos tão perto.

"Pede desculpa Mia, você trombou nele." "LEMBRA!" - Mas eu estava imobilizada, minhas pernas não se moviam, ele não dizia nada, foi quando de longe ouvi a voz de Amanda.

— Mia esse é o Lucas. - Disse ela colocando a mão no meu ombro e me olhando com sorriso de segundas intenções que ela sabia que só eu entenderia. —Lucas essa é a Mia.

— Eu sei, nós já nos conhecemos - Ele disse surpreendendo cada partícula do meu corpo e como se não fosse o suficiente ele completou sorrindo sem tirar os olhos dos meus — Na verdade, nos conhecíamos, éramos muito pequenos a última vez que conversamos.

— Verdade! - Disse em concordância, mas internamente eu estava em choque, e mais ainda agora, ao ouvir as palavras dele, sua voz doce, mas um pouco alta por causa da música que estava tocando e que eu não podia ouvir. Nunca saberei qual era.

Minhas bochechas queimavam meus olhos não saiam dos dele e eu não conseguiam me mover, minha boca estava seca, minhas pernas não as sentiam. Qualquer coisa que me perguntassem nesse momento, com certeza que não ouviria.

"O que é isso? Por que eu estava tão nervosa? Por que ele está me deixando tão nervosa?".

Mordi meus lábios, respirei fundo e bebi o que eu tinha nas mãos, tentando controlar toda aquela sensação, conseguindo desviar meu olhar do dele por um minuto, olhando para a multidão e depois para Amanda.

— Então as apresentações entre vocês dois estão dispensadas - Disse ela olhando para mim, com emoção, avaliando a minha expressão — Esta é Daiane e Karina. - Ela o introduz as meninas e ele desvia o seu olhar do meu apenas para cumprimentá-las, voltando aos meus novamente.

— Então...Como você está? - Ele pergunta se direcionando a mim. Sorri soltando o ar dos meus pulmões, que nem eu mesma sabia estava segurando, consegui engolir algo que não fosse uma bola em minha garganta ou um líquido gelado e senti minha mão liberar um pouco a garrafa de água. Também não havia percebido que estava segurando-a tão forte.

— Estou bem, e você? - "Sério? O que é isso" - Me adverti

— Também estou - Respondeu sorrindo, olhando ao redor e voltando a me encarar, seus olhos nos meus me deixava tensa, nervosa, inquieta.

"Droga!"

Ele, porém, parecia não notar minha inquietude, ou fingia não notar, continuou fazendo perguntas sobre minha vida estudo e trabalho. Seus olhos nunca deixavam os meus, sua cabeça inclinada junto com um sorriso simpático, estava me deixando mais confortável. Ele mudava o peso da perna de vez em quando seus polegares estavam no bolso da frente de sua calça jeans clara. Ele não estava mais segurando seu copo de cerveja, apertei levemente a garrafa, agradecida por estar segurando alguma coisa.

Respondia a cada uma me concentrado nas palavras até que em algum momento parei de focar tanto nas palavras e apenas comecei a dizê-las. Contei que estava trabalhando em um escritório de contabilidade, como secretária, mas que havia acabei de me formar em Jornalismo, na última semana.

Ele e Eu - By Nathalia FavaretoWhere stories live. Discover now